Recife

MPPE denuncia por homicídio PMs envolvidos em ação na comunidade do Detran que deixou dois mortos

Foram mortos Bruno Henrique Vicente da Silva, de 28 anos, e Rhaldney Fernandes da Silva, de 31 anos

Ação policial do Bope resultou em duas mortes - Redes Sociais/Reprodução

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) ofereceu denúncia contra os policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope) envolvidos em uma ação que deixou dois homens mortos na comunidade do Detran, no bairro da Iputinga, Zona Oeste do Recife, em 20 novembro de 2023.

Bruno Henrique Vicente da Silva, de 28 anos, e Rhaldney Fernandes da Silva, de 31 anos, morreram depois que os agentes entraram na residência em que as vítimas estavam e atiraram contra elas. Imagens de uma câmera de segurança captaram a chegada e saída nos policiais do local.

 
 
 
 
 
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Segundo o MPPE, a 27ª Promotoria de Justiça Criminal da Capital e os promotores de Justiça designados para atuar no caso denunciaram os policiais pelos crimes de homicídio qualificado, com a qualificadora de traição, emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa dos ofendidos.

Além disso, eles também respondem por descumprimento de missão, invasão de domicílio e fraude processual, crimes militares, que tramitam em outro processo em andamento na Vara da Justiça Militar.

Na época do crime, a Polícia Civil informou que o efetivo foi acionado para uma denúncia de tráfico de drogas e que houve troca de tiros. Após serem baleados, os homens foram enrolados em lençóis e levados em viaturas para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Caxangá, também na Zona Oeste, mas já chegaram mortos ao local.

O caso foi registrado como "homicídio decorrente de intervenção policial". A ação policial e as mortes geraram indignação entre os moradores da área, que alegaram não ter ocorrido confronto. Na data, eles realizaram protestos e incendiaram um ônibus às margens da BR-101, no Recife.

Em 22 de novembro de 2023, dois dias depois da ação, seis dos nove policiais militares envolvidos na operação tiveram as prisões em flagrante convertidas em preventivas pela Justiça. Eles foram encaminhados ao Centro de Reeducação da Polícia Militar de Pernambuco (Creed). Os outros três PMs receberam liberdade provisória.

Os agentes presos preventivamente e denunciados pelo MPPE foram Carlos Alberto de Amorim Júnior, Ítalo José de Lucena Souza, Josias Andrade Silva Júnior, Brunno Matteus Berto Lacerda, Rafael de Alencar Sampaio e Lucas de Almeida Freire Albuquerque Oliveira.