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Presidente do México divulga imagens inéditas de invasão à embaixada do Equador; veja vídeo

Andrés Manuel López Obrador condenou a agressão da polícia equatoriana, que arrastou o ex-vice-presidente Jorge Glas, asilado na sede diplomática

Jorge Glas durante prisão - Handoute/Ecuadorian Police/AFP

O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, condenou o que descreveu como um ataque "autoritário desprezível" à embaixada de seu país em Quito e divulgou imagens dramáticas que mostram as forças de segurança equatorianas arrastando o ex-vice-presidente do país para fora do prédio.

Jorge Glas, vice-presidente do Equador de 2013 a 2018, buscou abrigo na missão mexicana em dezembro, alegando estar sofrendo perseguição política. Mas o político de 54 anos foi preso na sexta-feira, depois que o presidente do Equador, Daniel Noboa, tomou a medida extraordinária de ordenar uma batida na embaixada.

Na terça-feira (9), as autoridades mexicanas divulgaram imagens de câmeras de segurança que revelam o drama do ataque noturno.

Nas imagens, policiais vestidos de preto podem ser vistos invadindo a sede diplomática do México, supostamente protegida, depois que vários agentes armados escalaram o muro externo.

Lá dentro, os policiais podem ser vistos apontando uma arma para o vice-chefe da missão, Roberto Canseco, e depois lutando com o diplomata mexicano enquanto ele estava na biblioteca.

Logo depois, às 22h15, um policial com um escudo antimotim empurra Canseco para fora do caminho enquanto Glas é arrastado para fora do prédio por quatro agentes. Canseco é jogado no chão e novamente maltratado do lado de fora do prédio enquanto Glas é levado embora.

"O México exige respeito", disse López Obrador em sua coletiva de imprensa diária pela manhã, quando as imagens foram divulgadas.

A invasão da embaixada - amplamente vista como uma violação da lei internacional que protege as instalações diplomáticas - causou uma grande tempestade política e atraiu a condenação tanto da esquerda quanto da direita da América Latina, bem como de governos da Europa e da América do Norte. O presidente do Chile, Gabriel Boric, condenou uma "violação inaceitável" da soberania mexicana. O secretário-geral da ONU, António Guterres, expressou alarme.



No sábado, um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA disse que condenava "qualquer violação da Convenção de Viena sobre relações diplomáticas e leva muito a sério a obrigação dos países anfitriões, de acordo com o direito internacional, de respeitar a inviolabilidade das missões diplomáticas".

Mas López Obrador, que é amplamente conhecido como Amlo, criticou o que ele chamou de reação "descompromissada" dos EUA ao "ato autoritário" do Equador, observando que Joe Biden não havia se pronunciado.

O Ministério das Relações Exteriores do México disse que estava divulgando as imagens para denunciar ao mundo a "invasão não autorizada e violenta" do Equador e "os abusos sofridos por nossa equipe diplomática".

"O mundo testemunhou a violência, os abusos e os maus-tratos sofridos por nossa equipe mexicana nas mãos da polícia equatoriana e a violação da imunidade de nossa embaixada no Equador", afirmou o ministério no Twitter, prometendo: "O México levará essas violações do direito internacional às cortes e tribunais internacionais com o apoio de países amigos".

Na segunda-feira, enquanto Glas era levado da prisão de segurança máxima onde estava detido para o hospital, Noboa tentou defender sua decisão. O líder de 36 anos - que prometeu conter a onda de violência relacionada às drogas e, em janeiro, declarou o Equador em estado de "conflito interno armado" - afirmou que havia tomado "decisões excepcionais para proteger a segurança nacional".