Ex-presidente da Colômbia Uribe diz que chamado a juízo é "vingança política"
Uribe, um dos políticos mais influentes deste século no país, será levado a julgamento criminal
O ex-presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, disse, nesta quarta-feira (10), que seu chamado a juízo na véspera por suposta manipulação de testemunhas corresponde a "vinganças políticas" e denunciou ser acusado "sem provas".
"Este juízo é antecipado por perseguições políticas, animosidades pessoais, vinganças políticas, sem provas que nos permitam inferir que eu estava tentando subornar (testemunhas) ou enganar a Justiça", disse o ex-presidente (2002-2010) nesta quarta-feira em uma declaração transmitida ao vivo em suas redes sociais.
Uribe, um dos políticos mais influentes deste século no país, será levado a julgamento criminal, conforme anunciado na terça-feira pelo Ministério Público, sem informar a data de início.
O ex-presidente de direita acabou envolvido em uma reviravolta inesperada da justiça "como suposto autor dos crimes de suborno de testemunhas e fraude processual", segundo a acusação.
Em 2012, quando era congressista, apresentou uma denúncia contra o senador de esquerda Iván Cepeda por suposta conspiração contra ele apoiada em falsos testemunhos.
Mas o Tribunal absteve-se de processar Cepeda e decidiu abrir a investigação contra Uribe em 2018 sob a mesma suspeita: manipulação de testemunhas contra seu opositor.
Uribe tentou prejudicar Cepeda – um de seus maiores adversários políticos e testemunha em seu julgamento – com a acusação de que ele havia contatado ex-paramilitares presos para envolvê-lo em atividades criminosas.
O ex-presidente insistiu na sua inocência nesta quarta-feira e denunciou vícios no prolongado processo pelo qual pode enfrentar uma pena de até oito anos de prisão. Seu caso pode prescrever em 9 de outubro de 2025 se a decisão não for proferida antes, segundo seu advogado.
O presidente Gustavo Petro, histórico opositor de Uribe, afirmou em uma mensagem na rede X que seu "governo não persegue, nem perseguirá a oposição e se manterá longe de qualquer intervenção nos processos da Justiça".