CULTURA

Morre o marchand Carlos Ranulpho, aos 94 anos

Ranulpho estava internado desde o dia 27 de março, após quadro de infecção e pressão baixa

O marchand Carlos Ranulpho - Alfeu Tavares/Arquivo Folha de Pernambuco

O marchand Carlos Ranulpho morreu no fim da tarde desse domingo (14), aos 94 anos. Ele estava internado desde o dia 27 de março no Hospital Memorial São José, bairro do Derby, no centro do Recife, após dar entrada na unidade de saúde com um quadro de infecção e pressão arterial baixa. Ranulpho completaria 95 anos no dia 28 de abril. 

Considerado o maior marchand de Pernambuco e um dos maiores do País, o galerista introduziu no Recife, há mais de 50 anos, o hábito de apreciar e adquirir quadros em mostras memoráveis que expuseram nacionalmente o modernismo local. Ele foi o homem de negócios que venceu na vida graças aos próprios esforços pessoais, à dedicação diária ao comércio, ao aprendizado da arte e do ofício.

O velório será às 9h, no Cemitério Morada da Paz, em Paulista. O sepultamento será às 13h. 

Ainda em vida, ele ganhou uma biografia que tratou exatamente sobre sua dedicação à arte através do empreendedorismo, escrevendo seu nome na história das artes plásticas brasileiras. O livro "Carlos Ranulpho: O Mercado da Beleza", assinado pelo jornalista e escritor Marcelo Pereira, também fala da amizade profunda que o marchand teve com Wellington Virgolino, Cícero Dias, Aldemir Martins, J. Borges, e Vicente do Rego Monteiro.

Galeria Ranulpho
Em 1996, ele liderou a revitalização de um casarão, localizado na rua do Bom Jesus, 125. Foram realizadas escavações para implantação da rede de cabos de fibra óptica para a viabilização do Porto Digital. Em meio ao serviço, foram descobertas ruínas da Muralha do Recife, que foi construída durante a ocupação holandesa, no século XVII. O trecho permanece descoberto até hoje, protegido por um vidro temperado e uma iluminação especial.

No ano de 2001, o espaço passou a abrigar a Galeria Ranulpho, que une o legado histórico de Carlos às pinturas de artistas locais e nacionais, fazendo com que o local seja um dos mais importantes espaços artísticos e históricos do País. Hoje, a galeria comercial vende quadros, gravuras, esculturas e outros objetos de decoração.