ATOS GOLPISTAS

Musk se reuniu com representantes do governo brasileiro quatro dias após o 8 de janeiro

Durante encontro, Dono do Twitter se queixou dos excessos das decisões judiciais de um juiz

Elon Musk - Ludovic Marin/pool/AFP

O bilionário Elon Musk, dono do X (ex-Twitter), se reuniu de forma virtual com representantes do governo brasileiro quatro dias depois dos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023.

Incomodados com postagens no então Twitter que conclamavam para que Brasília fosse tomada e contestavam o resultado da eleição do ano anterior, integrantes do governo acionaram a direção mundial da plataforma. Diante dos apelos, os diretores do Twitter aceitaram marcar uma reunião no dia 12 de janeiro.

Minutos antes, os brasileiros foram informados que Musk também participaria. A reunião foi coordenada por João Brant, que seria nomeado secretário de Política Digitais do governo dias depois.

De uma sala no Palácio do Planalto, Brant cobrou na abertura do encontro o cumprimento dos termos de uso da própria plataforma.

Ele chegou a ler um trecho do documento produzido pela companhia que dizia: “Poderemos rotular ou remover informações falsas ou enganosas destinadas a minar a confiança do público numa eleição ou outro processo cívico”.

O dono do Twitter disse, então, segundo relato dos brasileiros, que desconhecia esse trecho dos termos de uso da companhia.

Em outro momento da reunião, Musk afirmou que a empresa continuaria a cumprir a lei, mas se queixou dos excessos das decisões judiciais de um juiz. Mesmo sem citar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, os representantes do governo brasileiro entenderam que o dono do Twitter se referiu a ele.

A reunião Elon Musk com representantes do governo brasileiro durou cerca de 45 minutos. Ao fim, segundo reportagem da Folha de S. Paulo, o dono do Twitter passou o seu email pessoal e disse que os brasileiros poderiam entrar em contato quando acontecesse algo grave.