PRD expulsa o empresário Rodrigo Carvalheira, preso por crimes contra mulheres
Em nota, partido condena atos de criminalidade
A executiva nacional do Partido Renovação Democrática (PRD) decidiu por expulsar o empresário Rodrigo Carvalheira, de 34 anos, do quadro de membros da organização política, nesta quinta-feira (11), após ele ter sido preso por crimes contra mulheres, no Recife.
Segundo uma nota emitida pelo partido, Carvalheira nunca foi membro da executiva estadual do PRD em Pernambuco, nem ocupou qualquer posição de liderança em outros níveis organizacionais.
A filiação dele ao PRD aconteceu de forma automática, como resultado da fusão entre PTB (do qual ele foi eleito presidente em 2023) e Patriota, que aconteceu em novembro de 2023.
"O PRD está absolutamente comprometido com os valores de respeito e integridade, e condena de forma veemente qualquer ato de criminalidade, especialmente aqueles que atentam contra a dignidade das mulheres. Diante da gravidade das acusações, o PRD tomou a decisão imediata de expulsar Rodrigo Carvalheira de nosso quadro de filiados", diz o comunicado.
O comunicado afirma ainda que "o PRD sempre se pautou pela transparência e pelo rigor ético, e reafirma seu compromisso com a justiça e com a promoção de uma sociedade livre de violência e discriminação".
Relembre prisão de Carvalheira
Rodrigo, 34, foi preso na manhã desta quinta-feira (11), em Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Ele foi autuado por crimes contra mulheres.
De acordo com a Polícia Civil de Pernambuco (PCPE), equipes da 1ª Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher deram cumprimento ao mandado de prisão preventiva em desfavor do empresário. A PCPE não repassou outros detalhes sobre a prisão, pois o caso segue em segredo de justiça.
O empresário foi levado para a Delegacia da Mulher, no bairro de Santo Amaro, na área central da capital, e, em seguida, para o Instituto de Medicina Legal (IML), no Recife, para realizar exame de corpo de delito.
O empresário foi encaminhado para o Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana. O caso está sob a investigação da delegada Jéssica Ramos.
Segundo informações de um amigo pessoal do acusado e integrante da defesa, que estava na delegacia e preferiu não se identificar, a denúncia aconteceu em novembro de 2023 e, de lá para cá, Rodrigo tentou se apresentar duas vezes, mas não foi atendido pela delegada.
De acordo com a equipe de Rodrigo, a Delegacia da Mulher não aceitou o que foi passado. A defesa alega arbitrariedade no processo.
Ainda segundo o amigo, uma das mulheres que acusaram Carvalheira se recusou a prestar exame de corpo de delito. Ele relata ainda que os policiais abordaram Rodrigo em sua casa, na madrugada desta terça-feira, com metralhadoras. A maneira com que a ação foi prosseguida, para a defesa, foi "desnecessária".
O envolvimento com uma das mulheres que denunciaram Rodrigo teria acontecido em 2009. O nome da mulher não foi revelado, mas, segundo a fonte, ela teria tido relações com o empresário, inclusive postado fotos nas redes sociais, mas que o crime de estupro nunca aconteceu.
Os dois não teriam se envolvido desde então. Quanto às outras denúncias, as informações só devem ser passadas pela advogada do acusado.