Preso por violência sexual contra mulheres, Rodrigo Carvalheira passa por audiência de custódia
Defesa deve pedir revogação da detenção "em breve"
O empresário Rodrigo Carvalheira passou por audiência de custódia na manhã desta sexta-feira (12), no Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife, onde segue detido.
Ele foi preso na manhã dessa quinta-feira (11) por acusações de violência sexual contra três mulheres nos anos de 2006, 2009 e 2019, respectivamente.
A informação veio da advogada de defesa do acusado, Graciele Queiroz. Ela esclareceu que a audiência serviu para que a Justiça pudesse identificar se havia alguma ilegalidade com o tratamento no momento da prisão e se Rodrigo havia passado pelos processos corretos, como exame de corpo de delito.
"Foi pedida a soltura de Rodrigo? A audiência de custódia não é para esse quesito. É para verificar se Rodrigo está bem e o que está acontecendo. Isso é um direito de todos os presos, para que o juiz, de fato, entenda como foi feita a prisão", explicou.
Ainda segundo a advogada, o pedido de revogação da prisão deve vir em breve. "Vamos ver qual é a estratégia de defesa para a soltura de Rodrigo", afirmou.
Entenda o caso
O empresário Rodrigo Carvalheira foi preso na manhã desta quinta-feira (11), em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. Ele foi autuado por crimes contra mulheres.
De acordo com a Polícia Civil de Pernambuco (PCPE), equipes da 1ª Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher deram cumprimento ao mandado de prisão preventiva em desfavor do empresário de 34 anos.
Por meio de nota, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) informou que os casos de violência doméstica e sexual contra a mulher correm em segredo de justiça, visando a preservar a intimidade da vítima. Além disso, o acesso aos dados está limitado apenas às partes envolvidas e aos seus respectivos advogados/representantes legais.
O empresário foi levado para a Delegacia da Mulher, no bairro de Santo Amaro, na área central da capital pernambucana, e, em seguida, ao Instituto de Medicina Legal (IML), no Recife, para realizar exame de corpo de delito. Após isso, foi encaminhado ao Cotel.
O acusado foi enquadrado no artigo 217-A, que define a vulnerabilidade das vítimas em não ter condições de consentir com o ato sexual. Uma delas, que seria a de 2019, denuncia que Rodrigo colocou um remédio dentro da boca dela quando se encontraram. A defesa nega as acusações.
Por meio de nota, a produtora de eventos Carvalheira informou que foi surpreendida com diversas notícias que ligavam a empresa a Rodrigo Carvalheira e negou relação. “Não existe nenhum tipo de relação do empresário com a Carvalheira”, afirmou o sócio Eduardo Carvalheira.
Repercussão
Após a prisão, o executiva nacional do Partido Renovação Democrática (PRD) decidiu por expulsar Rodrigo Carvalheira do quadro de membros. Em nota, a organização política afirmou que o empresário nunca foi membro da executiva estadual do PRD em Pernambuco, nem ocupou qualquer posição de liderança em outros níveis organizacionais.
Ainda na quinta-feira, a advogada Graciele Queiroz chegou, inclusive, a alegar motivação política como fator para a prisão de Rodrigo Carvalheira. "Existe um político adversário que tem um relacionamento com uma delas [mulheres que estão fazendo a denúncia] que foi bem claro: 'Ou você tira a candidatura ou eu te denuncio', afirmou.
Até segunda ordem, Rodrigo Carvalheira segue detido no Cotel. As investigações estão por conta da Delegacia da Mulher, sob tutela da delegada Jéssica Ramos.