EDUCAÇÃO

Ao menos 18 universidades federais entraram em greve nesta segunda-feira; veja quais

Das 67 instituições ligadas ao Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior, 41 já estão mobilizadas

Instituições de ensino superior entram em greve por falta de reajuste salarial - José Cruz/Agência Brasil

Ao menos 18 universidades federais, centros de educação tecnológica e institutos federais entraram em greve nesta segunda-feira (15). Entre as 67 instituições ligadas ao Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-RN), 41 já estão mobilizadas de alguma forma para aderir à paralisação. Os professores reivindicam reajuste salarial de 22%, a ser dividido em três parcelas iguais de 7,06% — a primeira ainda para este ano e outras para 2025 e 2026.

Além da recomposição do salário, os professores pedem a equiparação dos benefícios e auxílios com os servidores do Legislativo e do Judiciário ainda em 2024 e também a revogação de atos normativos criados durante governos anteriores que impactam a carreira dos docentes.

De acordo com o panorama do sindicato, três instituições ligadas à entidade já haviam paralisado as atividades na semana passada. Nesta segunda, outras 18 entrarão em greve. Cinco anunciaram indicativos de greve (com previsão de paralisação) e oito estão em estado de greve (alerta de que podem entrar em greve). Veja abaixo as universidades em greve.

O Ministério da Educação informou que está "envidando todos os esforços para buscar alternativas de valorização dos servidores da educação" e que promoveu reajuste de 9% para todos os servidores no ano passado (veja nota completa abaixo). A correção salarial seria feita somente em 2025 e 2026, com reajuste de apenas 4,5% em cada ano. A proposta foi negada pelos docentes.

O governo federal ainda apresentou uma proposta de aumento no auxílio-alimentação, que é de R$ 658, para R$ 1000, um reajuste de 51% no valor per capita da Saúde Suplementar, considerando a faixa de idade e renda do servidor, além de um reajuste no valor da assistência pré-escolar de R$ 321,00 para R$ 484,90.

Em comunicado, o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior afirmou que "o governo tentou restringir o movimento de greve ao declarar que, durante o processo de negociação, qualquer interrupção (parcial ou total) de serviços públicos resultaria na suspensão das negociações em curso com a categoria específica".

"Esta decisão (a greve) ocorre no mesmo dia em que o governo torna evidente o seu desrespeito aos trabalhadores e às nossas organizações com ameaças explícitas sobre romper as negociações quando exercemos nosso legítimo uso dos instrumentos de paralisações e greves. Em resposta, decidimos deflagrar a greve em 15 de abril" avaliou Maria Ceci Misoczky, vice-presidenta da Regional Rio Grande do Sul do Andes-SN.

Instituições em greve em 15 abril

Com indicativo de greve após 15 de abril

Com indicativo de greve aprovada sem data de deflagração

Em estado de greve

Greve dos servidores técnico-administrativos
Desde o último dia 3, servidores técnico-administrativos federais estão paralisados por tempo indeterminado. De acordo com o Sindicato Nacional dos Servidores da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), ao menos 270 unidades de ensino de 21 estados aderiram à paralisação.

A greve abrange professores e funcionários técnico-administrativos dos Institutos Federais, que reivindicam uma recomposição salarial que varia de 22,71% a 34,32%, dependendo da categoria, reestruturação das carreiras, recomposição do orçamento e o reajuste imediato dos auxílios e bolsas dos estudantes. Os servidores cobram ainda a revogação de “todas as normas que prejudicam a educação federal aprovadas nos governos Temer e Bolsonaro”.

A paralisação foi protocolada no dia 28 de março em documentação enviada aos ministérios da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, da Defesa e da Educação, além do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif).

Em nota, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) disse que ocorreu um reajuste de 9% para todos os servidores, assim como um aumento de 43,6% no auxílio-alimentação, determinado a partir de um acordo fechado entre servidores e a União após oito anos.

Nota do MEC
O MEC vem envidando todos os esforços para buscar alternativas de valorização dos servidores da educação, atento ao diálogo franco e respeitoso com as categorias. No ano passado, o governo federal promoveu reajuste de 9% para todos os servidores. Equipes da pasta vêm participando da mesa nacional de negociação e das mesas específicas de técnicos e docentes instituídas pelo MGI, e da mesa setorial que trata de condições de trabalho.