Guerra

Bolsas da Europa caem mais de 1%, com aversão a riscos por tensões entre Irã e Israel

Chefe das Forças Armadas de Israel, Herzi Halevi, afirmou que haverá uma resposta ao Irã, após o ataque aéreo do fim de semana

Índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em baixa de 1,58%, a 497,92 pontos - Canva/Reprodução

As bolsas da Europa fecharam em forte queda nesta terça-feira, 16, a maioria recuando mais de 1%, em sessão fortemente afetada pelas tensões geopolíticas no Oriente Médio. No começo da semana, a aversão ao risco havia sido contida em certa medida com a perspectiva de que o conflito em Israel e Irã não contaria com grandes escaladas após os ataques do último sábado, mas o cenário se alterou com as declarações do governo israelense de que irá retaliar em território iraniano.

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em baixa de 1,58%, a 497,92 pontos.



Na segunda-feira, o chefe das Forças Armadas de Israel, Herzi Halevi, afirmou que haverá uma resposta ao Irã, após o ataque aéreo do fim de semana, tema que vem domina as atenções no mercado desde então.

A questão ofuscou a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, que afirmou nesta terça que a autoridade monetária cortará juros "daqui a pouco tempo", a não ser que ocorra algum choque negativo inesperado.

Lagarde reforçou que as próximas decisões dependerão da evolução dos indicadores macroeconômicos. A dirigente comentou que o processo desinflacionário segue em curso, embora esteja "atenta" aos riscos associados à escalada do petróleo.

De acordo com ela, o quadro deve permitir o alívio das condições restritivas da política monetária em breve. Mais tarde, quando os negócios com ações europeias já estiverem encerrados, os presidentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, e do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Andrew Bailey, falam em eventos públicos.

Para a Capital Economics, na situação atual, os preços mais elevados do petróleo irão impulsionar a inflação nas economias avançadas em apenas alguns décimos de ponto porcentual nos próximos meses, e a consultoria ainda espera que este impulso desapareça à medida que o ano avança. "Ainda vemos o BCE e o BoE a reduzirem as taxas a partir de Junho", avalia.

No noticiário macroeconômico, o índice ZEW de expectativas econômicas da Alemanha surpreendeu ao avançar bem mais do que o esperado em abril, para 42,9 pontos, mas os números do mercado de trabalho do Reino Unido decepcionaram. A temporada de balanços também segue no radar. A Ericsson lucrou mais do que o esperado no primeiro trimestre, e a ação da companhia de telecomunicações sueca desafiava o mau humor na Europa subindo 1,75% em Estocolmo.

Em Londres, o FTSE 100 caiu 1,82%, a 7.820,36 pontos. Em Frankfurt, o DAX recuou 1,57%, a 17.744,46 pontos. Em Paris, o CAC 40 teve queda de 1,40%, a 7.932,61 pontos. Em Milão, o FTSE MIB baixou 1,65%, a 33.393,85 pontos. Em Madri, o Ibex 35 caiu 1,57%, a 10.519,20 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 recuou 0,71%, a 6 224,16 pontos.