Diplomacia

Lula cobra pedido de desculpas do Equador por invasão de Embaixada do México

Presidente discursou em reunião virtual da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac)

Presidente Lula - Ricardo Stuckert / PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou nesta terça-feira, durante reunião virtual da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que o Equador deve pedir desculpas ao México por causa da invasão da embaixa do país da América do Norte no último dia 5 para prender o ex-vice-presidente do país Jorge David Glas Espinel.

— O que aconteceu em Quito, no último dia 5, é simplesmente inaceitável e não afeta só o México. Diz respeitos a todos nós. Um pedido formal de desculpas por parte do Equador é um primeiro passo na direção correta — afirmou Lula.

O presidente brasileiro ainda acrescentou que considera que o episódio não tem precedentes.

— Medida dessa natureza nunca havia ocorrido, nem nos piores momentos de desunião e desentendimento registrados na América Latina e no Caribe. Nem mesmo nos sombrios tempos das ditaduras militares em nosso continente.

Lula também defendeu a proposta da Bolívia de criar uma comissão para analisar a situação de saúde do ex-vice-presidente equatoriano e falou na possibilidade de construção de um salvo-conduto para ele deixar o país.

— Também me parece positiva a proposta da Bolívia de formar uma comissão integrada por países da Celac, para acompanhar junto ao governo equatoriano, a evolução da situação e da saúde do ex-vice-presidente Jorge Glas. Isso nos daria tempo para avançar nas discussões sobre um necessário salvo-conduto para sua saída do país.

Para o presidente do Brasil, a inviolabilidade das embaixadas é um dos pilares do direito niternacional.

— A gravidade da situação nos impõe o dever de expressar claramente o inequívoco repúdio da região ao ocorrido. A inviolabilidade absoluta das missões e do pessoal diplomático, conforme estabelecido pela Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas de 1961, é um desses pilares do direito internacional que não admite exceções, seja qual for a justificativa.