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100 dias para Paris-2024: Time Brasil terá agentes da PF na delegação que vai aos Jogos Olímpicos

Segundo o COB, comitê organizador permite que cada comitê olímpico nacional tenha até dois agentes de segurança credenciados e com livre acesso aos locais de competição e à Vila dos Atletas

Anéis olímpicos na Esplanada do Trocadero, perto da Torre Eiffel, em Paris, em 13 de setembro de 2017 - Christophe Simon/AFP

O Time Brasil terá dois agentes federais credenciados e com livre acesso aos locais dos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Segundo Joyce Ardies, gerente de Jogos e Operações Internacionais do Comitê Olímpico do Brasil (COB), todos os 206 países participantes da Olimpíada terão direito a oficiais de segurança em suas equipes nacionais, a depender do número de atletas na delegação.

Se a 100 dias dos Jogos de Tóquio-2020, a preocupação mundial era como evitar a contaminação pelo coronavírus, a 100 dias de Paris-2024, o temor é com a segurança, uma vez que o terrorismo e ataques cibernéticos são ameaças reais.

— Para Tóquio, tivemos uma equipe médica que ditou todo o trabalho do Time Brasil e nenhum brasileiro testou positivo para Covid durante a Missão. Desta vez, a atenção é para a segurança. E entende-se que, com agentes credenciados junto às delegações, estamos somando forças — observa Joyce, que diz que o COB confia no plano de segurança do governo francês para o evento.

Nesta quarta-feira, dia que marca a contagem regressiva dos 100 dias para a Olimpíada, o COB fará um evento no Morro da Urca, patrimônio Mundial da UNESCO. E, nesta sexta-feira, ocorrerá a "entrega das chaves da cidade de Paris" ao comitê organizador dos Jogos.

Joyce explica que cada comitê olímpico nacional com 150 atletas ou mais tem direito a levar a Paris dois agentes indicados pelo seu governo e especializado em segurança. Esse é o número máximo por país. O Brasil tem até o momento 187 atletas classificados, de 31 modalidades.

— Se dois é pouco? Bom , a gente tinha zero. Agora são dois. Eles terão papel de intermediação das informações principais e identificar os riscos nas operações. E não de vigilância 100% da delegação. Não precisarão acompanhar todas as movimentações — explicou Joyce.

Esses profissionais serão exclusivos do Time Brasil e participarão de reuniões regulares com os responsáveis pela segurança dos Jogos. Esses agentes terão os mesmos acessos que os atletas, como entrada na Vila Olímpica e locais de competição. Poderão também acompanhar deslocamentos de ônibus incluindo para a Casa Brasil, no Chateau de St Oue, em Saint-Ouen, na Região Metropolitana de Paris, a principal base do Brasil em Paris.

 

O COB também contratou profissionais de segurança locais para vigilância 24 horas do Chateau de St Ouen, e em Serre Wangari, onde acontecerá a operação de entrega dos uniformes. O enxoval olímpico terá cerca de 50.600 peças e que são entregues aos atletas conforme estes forem chegando à cidade. Nos Jogos Pan-americanos, de Santiago-2023, o Brasil teve cerca de 305 peças furtadas de local dentro da Vila dos Atletas.

Além destes dois profissionais, o governo brasileiro disponibilizará mais 14 agentes federais para o Ministério da Defesa da França. O país anfitrião dos Jogos requisitou assistência à segurança para 46 países e espera cerca de 2 mil reforços. Esses oficiais ajudarão na segurança do evento. Ao lado do Brasil, Polônia, Israel, Estados Unidos, Bélgica, Alemanha, Itália, Bélgica, entre outros, já sinalizaram que enviarão oficiais para este fim.

Cerimônia de Abertura
Segundo Joyce, ainda não se sabe no detalhe como será o desfile dos barcos pelo rio Sena, na Cerimônia de Abertura, no dia 26 de julho. O Comitê Paris-2024 deve dar mais informações nesta quarta-feira, em coletiva para a imprensa.

Mas, segundo ela, o Brasil estará no evento e os atletas e suas comissões técnicas decidirão sobre a participação. Isso porque o tempo de dedicação à Cerimônia será de cerca de 8 horas. Assim, explicou que a "questão da performance e não a da segurança pautará a definição".

— É um plano extremamente ambicioso, que nunca foi feito e, se der certo, será umas das coisas mais incríveis em Jogos Olímpicos. Confiamos no plano de segurança do governo francês e entendemos que, se o risco for elevado, eles aplicarão o plano B. Foi ótimo ouvir de forma pública a fala do presidente, nesta semana, de que existem e quais são as alternativas — declarou Joyce, sobre entrevista de Emmanuel Macron, nesta segunda-feira, em que garante ter "plano B e plano C" para a Cerimônia no Sena.

Macron informou que a festa pode ser limitada ao Trocadero, onde terão os shows da Abertura ou transferida para o Stade de France, ao norte de Paris, principal estádio dos Jogos Olímpicos, onde serão realizados os jogos do rugby de sete e as provas de atletismo.