SAÚDE

Dia Mundial da Hemofilia: Hemope realiza ação para conscientização sobre a doença

A doença genético-hereditária provoca desordem no mecanismo de coagulação do sangue

Hemope realiza ação para conscientização sobre a doença - Paulo André Pedrosa/Folha de Pernambuco

A Fundação de Hemoterapia e Hematologia de Pernambuco (Hemope) promoveu, nesta quarta-feira (17), um evento em alusão ao Dia Mundial da Hemofilia, no Hemocentro Recife, bairro das Graças, Zona Norte da cidade.

Com o tema "Acesso Equitativo para Todos", o momento integra o compromisso com a conscientização e avanço no tratamento da hemofilia. A doença genético-hereditária provoca desordem no mecanismo de coagulação do sangue.

A ação acontece em parceria com a Aphemo (Associação Pernambucana de Pessoas com Hemofilia). O objetivo do dia foi reunir profissionais do Hemope, pessoas que vivem com hemofilia e familiares, que são pacientes da unidade de saúde para uma troca de conhecimentos e experiências.

"Essa ação é importante para que a gente tenha a interação dos profissionais de saúde com pessoas com hemofilia e seus familiares para que se construa uma grande rede de conhecimento e de apoio", afirmou a presidente do Hemope, Raquel Santana.

Uma das pessoas presentes no evento foi Lucas Soares, diagnosticado com hemofilia grave aos quatro meses de vida. Hoje, com 33 anos, ele é técnico de TI e conta à Folha de Pernambuco que vive normalmente. "Se você tiver um tratamento adequado, que é o meu caso, dá para viver muito bem. Hoje sou casado, tenho filhos, minha profissão, formação e vivo tranquilamente, ainda que tenha a doença. A hemofilia, hoje, com o tratamento correto, afeta o hemofílico em nada", explicou.

Atualmente, o Hemope atende 465 pacientes com hemofilia tipo A e 101 do tipo B. Segundo o perfil das coagulopatias hereditárias, o Brasil possui 13.618 hemofílicos. Pernambuco é a sexta maior população no país.
 

 
 
 
 
 
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Sintomas e tratamento
Os sintomas da hemofilia incluem o surgimento de muitos hematomas grandes ou profundos, dor nas articulações e inchaço - principalmente nos joelhos, tornozelos e cotovelos -, sangramento inexplicável e sangue na urina ou nas fezes. 

Segundo a médica hematologista Ana Vanderlei, que atua no Hemope há 30 anos, existem diversas maneiras de tratar a doença.
 
"O tratamento da hemofilia hoje pode ser realizado por demanda, ou seja, quando a pessoa sofre um acidente, ou por prevenção, por meio de profilaxia. Nesse momento, a gente faz a infusão do fator deficiente antes do evento hemorrágico. Existe também a infusão de um produto que consiste em uma imunoterapia que faz o papel do fator de coagulação e que tem uma meia-vida de 15 dias", detalhou a médica.

Hemope em busca de doações
Segundo o Hemope, os níveis de sangue disponíveis, no momento, são suficientes para atender a população. Ainda assim, a fundação reforça que seguem busca de doações. "Por mais que estejamos com bons níveis nos bancos, é sempre importante fazer esse reforço para que possamos fazer estoque", explicou a presidente do Hemope.

Para doar, é preciso ter mais de 16 anos. Os menores de idade devem estar acompanhados de um responsável legal. Já os adultos de até 69 anos precisam constar como doadores da fundação. 

Os voluntários devem pesar mais de 50 quilos, estar bem de saúde e alimentados. É preciso apresentar documento oficial com foto. Veja mais requisitos abaixo.

- Estar descansado; 
- Não ter ingerido bebidas alcoólicas nas últimas 12 horas; 
- Não ter fumado nas três horas anteriores e posteriores à doação; 
- Não estar em jejum; 
- Ter no mínimo 50 kg; 
- Não ter apresentado sintomas de gripe, resfriado ou Covid-19 nos últimos 15 dias.

Também é possível agendar a doação previamente, pelo número 0800-0811535. O uso de máscara é obrigatório. O Hemope funciona de segunda a sábado, das 7h15 às 18h30, inclusive em feriados.