Farmacêutica Biomm fecha acordo para produzir similar de Ozempic no Brasil, e ações disparam
A dinamarquesa Novo Nordisk tem direito de exclusividade sobre o princípio ativo do medicamento até expirar a patente, em 2026. Papéis da Biomm sobem mais de 20%
A Biomm fechou uma parceria com a farmacêutica indiana Biocon para distribuir no Brasil um similar do medicamento Ozempic, desenvolvido para tratar a diabetes mas que vem sendo usado por pessoas que querem emagrecer. As ações da empresa dispararam após o anúncio, com alta de mais de 20% na manhã desta quarta-feira.
O medicamento que será comercializado no Brasil tem como princípio ativo a semaglutida, uma forma sintética do hormônio GLP-1, que promove a saciedade.
A dinamarquesa Novo Nordisk tem direito de exclusividade sobre semaglutida até expirar a patente do produto, em 17 de julho de 2026. A partir daí, outros fabricantes poderão produzir medicamentos similares.
Pelos termos do acordo, a Biocon será responsável pelo desenvolvimento, fabricação e fornecimento do remédio, enquanto a Biomm ficará encarregada de obter aprovação regulatória e comercializar o produto no mercado brasileiro.
A empresa tem uma fábrica em Nova Lima ( MG).
O Brasil é o quinto país do mundo com a maior incidência de diabetes, tendo 16,8 milhões de adultos na faixa etária de 20 a 79 anos com a doença, e uma estimativa de 21,5 milhões de casos até 2030, de acordo com o Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF).
"Por isso, priorizamos parcerias estratégicas para expandir o acesso da população a tratamentos avançados para essa doença e melhorar a qualidade de vida das pessoas", disse o CEO da Biomm, Heraldo Marchezini.
Em 2023, as vendas do Ozempic no Brasil somaram R$ 3,1 bilhões, com taxa de crescimento médio de 39% entre o ano de 2021 e 2023, segundo a IQVIA, empresa de análise de dados na área de saúde.
A importação, comercialização e distribuição do medicamento no Brasil estarão sujeitas, ainda, à obtenção do registro perante a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e à publicação do preço pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).