Futebol

SAF, RJ e orçamento: Becker analisa cenário financeiro do Náutico

Presidente repetiu diversas vezes o tema "responsabilidade" para falar da preocupação do Timbu em manter as contas em dia

Bruno Becker, presidente do Náutico - Gabriel França/CNC

“Responsabilidade” foi a palavra mais citada pelo presidente do clube, Bruno Becker, para falar sobre o cenário financeiro do Náutico às vésperas da estreia da Série C do Campeonato Brasileiro. Temas como a Recuperação Judicial, a busca para se tornar uma Sociedade Anônima de Futebol (SAF) e as preocupações com a captação de recursos para o futebol foram retratados sempre no mesmo tom e com o recado de que o Timbu não fará loucuras na luta pelo acesso à Série B. 

"Tem algo que é inerente a todos, que é a responsabilidade orçamentária. O Náutico vive um momento particular de Recuperação Judicial que demanda e exige do gestor uma responsabilidade orçamentária. Isso não quer dizer que o Náutico não esteja buscando novas receitas para incremento de folha. Nós sabemos que o elenco precisa de ajuste, de peças e o clube, desde a presidência, vice-presidência, departamento comercial e marketing, tem essa missão de buscar novas receitas dentro dessa responsabilidade orçamentária. Não estamos inertes, nem de olhos fechados quanto a isso", afirmou o presidente.

De acordo com Becker, o clube vai se manter fiel ao orçamento definido para a Série C (algo em torno de R$ 600 mil), buscando verbas que permitam ao Náutico manter as contas em dia. 

"Essa busca de receita vem de novos patrocínios, de revisões de contrato. Agora, eu não posso, enquanto gestor, ser irresponsável de fazer uma folha acima do que o orçamento do clube permite, sob pena de atrasar salários, coisa que não está acontecendo. O Náutico está rigorosamente em dia com todo o elenco, staff e funcionários. A torcida precisa entender que a situação do clube exige responsabilidade. Entender é diferente de aceitar a situação do clube na Série C. Eu não aceito, nenhum alvirrubro aceita, mas a gente precisa entender o cenário e as dificuldades do clube, o trabalho feito para o incremento de folha. Isso ocorrerá, mais pautado pela responsabilidade", pontuou.

SAF

Sobre o intuito de transformar o Náutico em uma Sociedade Anônima de Futebol (SAF), Becker aponta que o clube tem trabalhado com quatro propostas na mesa. 

"A SAF é um processo complexo, de idas e vindas. De reuniões, trocas de informações e documentos. Situações sigilosas, sob pena de atrapalhar a negociação. Isso é diferente de falta de transparência. O Náutico está no mercado, conversando com alguns investidores e eu continuo defendendo e trabalhando para que a SAF seja implementada ainda este ano. Claro que não depende de mim, depende do mercado, das negociações e de se achar um modelo que seja interessante para o clube. Daí, a gente vai apresentar para o Conselho e para a Assembleia Geral de Sócios", explicou.

"O Náutico tem consultorias que vem acompanhando e conduzindo juntamente com a presidência e a diretoria essa questão da SAF. Somos sempre procurados porque somos um ativo interessantíssimo, apesar das dificuldades e das dívidas. Temoss trocado informações com ao menos quatro investidores, avançando no ritmo e responsabilidade que o tema exige. Não adianta fazer da noite para o dia e ter um SAF que não funcione. Ela tem de vir para agregar e solucionar os problemas do clube", concluiu.