8 de Janeiro

Comandante do Exército defende chefe militar do Planalto no 8/1

"General Dutra é um grande oficial, agora ele tem comandante", afirmou Tomás Paiva na Câmara dos Deputados

Comandante do Exército Tomas Paiva - Divulgação/Everton Amaro/ Fiesp

O comandante do Exército, Tomás Paiva, defendeu na Câmara dos Deputados a postura do general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, que era comandante militar do Planalto, na época dos ataques golpistas de 8 de janeiro. O general afirmou que Dutra cumpriu ordens e que ele evitou que se fosse “derramado sangue” naquela noite.

— Eu teria vergonha de não defender um subordinado meu, que aqui e agora foi ofendido um subordinado meu, que é o general Dutra. Parece que o general Dutra não tinha um comandante, parece que ele não cumpria ordens, que ele é o responsável. General Dutra é um grande oficial, agora ele tem comandante, então eu defendo ele porque é um grande oficial, cumpria ordem, ele evitou que fosse derramado sangue naquele dia, naquela noite. Isso é o que aconteceu. Eu teria vergonha de não defender meu general.

Tomas Paiva acompanhou o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, para apresentar as prioridades do ministro para 2024. A presença do ministro no Congresso atende aos requerimentos dos deputados Lucas Redecker (PSDB-RS) e Albuquerque (Republicanos-RR). Tomás Paiva e Múcio também estavam acompanhados dos comandantes da Marinha, Marcos Olsen, e da Aeronáutica, Marcelo Kanitz Damansceno.

Em depoimento à CPI do 8 de Janeiro, Dutra afirmou que não houve omissão por parte do Comando Militar do Planalto em retirar os manifestantes acampados no Quartel-General do Exército na véspera dos atos golpistas de 8 de janeiro.

O general tocou no assunto quando respondia a questionamentos do deputado federal Marcel Van Hattem (Novo-RS), mas a crítica a postura do general Dutra havia sido feita anteriormente, pelo deputado federal Ricardo Salles (PL-SP). O parlamentar afirmou que tinha “vergonha” do general que à época dos ataques golpistas chefiava o Comando Militar do Planalto:

— Não tenho vergonha nenhum em ter sido colega, aliás, tenho orgulho, do general Heleno, almirante Garnier. Tenho vergonha daquele general, Dutra, que enganou os brasileiros, emboscou os brasileiros e fez o papelão e depois se orgulhou dizendo que tinha falado com Lula que a gente enganou eles. Esse sim, eu tenho vergonha, aliás muita vergonha. E tenho certeza que os militares, sobretudo oficiais subalternos e oficiais superiores, também se envergonham muito — afirmou Salles, que também é ex-ministro do ex-presidente Jair Bolsonaro — Cito esse general Dutra que é uma vergonha para as Forças Armadas e ter atitude vergonhosa como essa.

Ao se direcionar a Marcel Van Hattem, Tomás Paiva afirmou que tinha eles tinham “vergonhas diferentes” e que a dele, como comandante do Exército, era a de não cumprir a ética militar. Tabém citou que teria “vergonha” de buscar popularidade não cumprindo a lei.

— A gente tem vergonhas diferentes. A minha vergonha, por exemplo, é alguém que não cumpre a ética militar. Eu estou aqui de cara lavada para falar com o senhor que a ética militar, eu nunca falei uma mentira para minha tropa, meus soldados — afirmou Tomás Paiva. — Teria vergonha, de buscando popularidade, não cumprir lei, isso eu teria vergonha. Mesmo sendo impopular, a gente vai fazer o que é o correto. O certo pelo certo. E eu tenho tranquilidade de olhar para minha tropa nos olhos e achar que estou fazendo isso o tempo todo.