Brasil

Lula reafirma a Petro que Brasil é contra sanções a Venezuela, dizem interlocutores do governo

Governo brasileiro que restrições ao petróleo e ao gás da Venezuela pelos EUA não funcionam

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil - Ricardo Stuckert / PR

A aplicação de sanções à Venezuela pelos Estados Unidos contra produtos importantes para o país vizinho, como petróleo e gás, foi um dos temas tratados, nesta quarta-feira, em Bogotá, entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e o colombiano Gustavo Petro. De acordo com interlocutores do governo brasileiro, Lula reafirmou a Petro que o Brasil não concorda com esse tipo de punição.

Para o Brasil, sanções não funcionam e isolam o país. O ideal seria aproximar o governo do presidente venezuelano dos demais parceiros sul-americanos, para incentivar o diálogo entre as partes.

Outro argumento é que medidas unilaterais estão em desacordo com as normas internacionais. As sanções teriam de ser aprovadas pelas Nações Unidas, ou seja, multilateralmente, e não de forma unilateral.

Apesar desse posicionamento, o governo brasileiro está preocupado com a situação na Venezuela. O impedimento de candidatos de opositores a Maduro de se candidatarem nas eleições de julho deste ano fez com que o Itamaraty elevasse o tom com Caracas.

O Brasil participou das negociações, no fim do ano passado, do Acordo de Barbados, firmado entre representantes de Maduro e da oposição, para garantir eleições transparentes, justas e livres. Em uma avaliação preliminar, alguns integrantes do governo brasileiro acreditam que o tratado não está sendo cumprido.

Nesta quarta-feira, os EUA anunciaram a retomada das sanções contra a Venezuela, após candidatos da oposição venezuelana terem sido impedidos de concorrer às eleições presidenciais. A flexibilização estaria condicionada ao andamento do processo eleitoral.