mercado ilegal

Lewandowski defende cooperação no combate ao mercado ilegal; Brasil perdeu R$ 453 bi em 2022

Do valor total de prejuízo, R$ 136 bilhões se referem aos impostos que deixaram de ser arrecadados pelos governos

Seminário Combate ao Brasil Ilegal. Na foto, o ministro Ricardo Lewandowski - Gilberto Sousa/CNI

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta quinta-feira que o combate ao mercado ilegal no Brasil, como contrabando, pirataria, roubo, concorrência desleal por fraude fiscal, sonegação de impostos e furto de energia e água, precisa ser feito não apenas com a polícia, mas também com cooperação com o setor privado e inteligência.

O mercado ilícito gerou um prejuízo econômico de R$ 453,5 ao Brasil em 2023, de acordo com o levantamento “Brasil Ilegal em Números”, produzido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). 

— Embora tenhamos, de certa forma, superado a insegurança jurídica, enfrentamos a questão da segurança pública. O combate ao Brasil ilegal é algo que se mostra urgente, premente. Esse prejuízo para a sociedade de R$ 453 bilhões é algo que deve ser levado em consideração e examinado com muita preocupação por parte do governo, do Estado brasileiro. O combate ao Brasil ilegal não se faz só com a força, com as várias polícias. Se faz sobretudo com inteligência, com a cooperação do Estado com o setor privado, com o setor produtivo, com a sociedade de modo geral — disse o ministro, em evento promovido pela CNI.

O presidente da Firjan, Eduardo Eugenio, citou a atuação das milícias no Rio de Janeiro e disse que mais de 4 milhões de pessoas moram em áreas, no estado, onde o poder público não pode atuar.

— O avanço da criminalidade organizada sobre a economia do brasil se dá numa velocidade espantosa e alcança proporção absurda — disse ele.

O presidente da CNI, Ricardo Alban, afirmou que o combate aos prejuízos gerados com o mercado ilegal também são importantes para ajustar as contas públicas.

— Temos uma busca acentuada do lado das receitas, que prejudica o setor produtivo e mais ênfase ainda o setor da indústria. As torneiras abertas existem na ilegalidade. São bilhões de perda de arrecadação tributária, perda de mercado por conta da economia ilegal. Temos oportunidade de trabalhar juntos e fazer um grande esforço pelo equilíbrio fiscal, como consequência. O que ajudará toda sociedade — afirmou.

Também presente no evento, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, disse que o Fisco colhe milhões de informações, cruza e analisa os dados para coibir ilegalidades.

— Estamos avançando bastante, agora inclusive com ajuda da inteligência artificial na análise de imagens, dados — afirmou.