Em encontro para debater crise com o Congresso, Lula decide marcar reuniões com Lira e Pacheco
Previsão é que o governo sofra novas derrotas no Congresso na semana que vem, com derrubadas de vetos
Diante do agravamento da crise com o Congresso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu em almoço no Palácio do Planalto com ministros do núcleo político e líderes do governo nesta sexta-feira que vai marcar, na próxima semana, reuniões com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
A ofensiva para tentar melhorar a relação com os parlamentares deve incluir ainda reuniões do presidente com os vice-líderes do governo na Câmara e no Senado. No grupo, estão deputados e senadores de partidos aliados como MDB, PSD, PSB, União e PP. Assim, os encontros seriam uma forma de ampliar o contato direto de Lula com a base congressista.
Na reunião desta sexta-feira, que durou quase três horas, Lula foi informado que há grande chance de que o governo sofra novas derrotas no Congresso na semana que vem. A expectativa dos líderes é que o corte de R$ 5,5 bilhões das emendas de comissão e o veto ao trecho da Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) que estabelecia um cronograma para o pagamento de emendas sejam derrubados.
Também há uma avaliação que o veto de Lula ao trecho da lei que limita a “saidinha de presos” também será derrubado. O entendimento, porém, é que o Congresso pode decidir não colocar esse veto em votação na próxima semana.
O presidente e seus auxiliares definiram ainda que vão fazer uma mobilização para impedir a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que estabelece a volta do quinquênio, benefício dado a juízes e promotores a cada cinco anos com aumento de 5% do salário. Pelo plano traçado, governadores, inclusive de oposição, serão procurados para serem convencidos a atuarem contra o texto com o argumento de que o benefício poderia afetar os cofres estaduais e gerar efeito cascata sobre o salário de servidores.
Mas o entendimento entre os líderes é que a PEC, aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado nesta semana, não passaria no plenário da Casa.