Lula diz que é preciso criar um telefone para as pessoas reclamarem do governo
O presidente disse ainda que o número de telefone seria importante para que as pessoas não fiquem "xingando" e consigam "colocar para fora suas angústias"
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta segunda-feira, 22, que o governo precisa criar um telefone para que as pessoas possam "se queixar se as coisas não estão acontecendo". A declaração ocorreu no lançamento do programa Acredita, um pacote de medidas que prevê crédito e renegociação de dívidas para os pequenos negócios e microempreendedores individuais (MEIs) do País. "A gente deveria criar uma espécie de 190, 180", disse.
Para Lula, "muitas vezes, as pessoas não têm a receptividade que elas imaginavam que iam ter e não têm para quem reclamar". O presidente disse ainda que o número de telefone seria importante para que as pessoas não fiquem "xingando" e consigam "colocar para fora suas angústias".
O lançamento do programa ocorre após registro da queda de popularidade do governo e às vésperas das eleições municipais como uma estratégia do Planalto. A iniciativa busca estimular o acesso ao microcrédito das pessoas que compõem as camadas mais pobres do País, focando nos inscritos do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico).
A meta é que até 2026 sejam realizadas 1,25 milhão de transações, sendo que cada operação é avaliada em torno de R$ 6 mil. Assim, de acordo com as projeções do Ministério da Fazenda, mais de R$ 7,5 bilhões será injetado na economia até o último ano do mandato de Lula.
Outra medida do governo, apontada pelo presidente, é a expansão do programa de bolsas para alunos do ensino médio de baixa renda, o Pé-de-Meia. Segundo Lula, a ação deveria ter sido comunicada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no evento, que "não falou porque tinha muita coisa para falar".
A iniciativa tem como objetivo promover a permanência e a conclusão escolar de alunos do ensino médio a partir de um incentivo financeiro. Agora, segundo o presidente, não serão incluídos apenas os estudantes de baixa renda pertencentes a famílias inscritas no Bolsa Família, mas também os que estão registrados no CadÚnico, contemplando mais 1,2 milhão de jovens.