MARIELLE FRANCO

Caso Marielle: um mês após prisão, supostos mandantes seguem em presídios e optam por isolamento

Domingos Brazão, Chiquinho Brazão e Rivaldo Barbosa aguardam diligências da PF e a manifestação da PGR

O deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) durante apresentação de sua defesa à CCJ em vídeo gravado dentro da prisão - Reprodução

Um mês após serem presos por suposta participação nos homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, Domingos Brazão, Chiquinho Brazão e Rivaldo Barbosa seguem em penitenciárias federais e optaram por permanecer em isolamento nas celas. Eles ainda aguardam diligências da Polícia Federal e a manifestação da Procuradoria-Geral da República sobre a apuração que levou às prisões.

Tanto os irmãos Brazão como Barbosa foram alvos de mandados de prisão preventiva no último dia 24 de abril. De acordo com as investigações da PF, enquanto o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado e o deputado federal foram os mandantes do homicídio da parlamentar, o então chefe da Polícia Civil do Rio teria agido para protegê-los.

Após serem encaminhados para o presídio federal de Brasília, apenas o delegado permaneceu na unidade. Domingos foi levado para Porto Velho, em Rondônia, e Chiquinho transferido para Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.

Os três estão alocados em espaços individuais de seis metros quadrados e, apesar de já fazerem jus a duas horas diárias de banho de sol coletivo há cerca de dez dias, escolheram continuar nas celas. Eles já estiveram com os advogados e estão começando a receber visitas de familiares, que passaram pelos trâmites burocráticos de autorizações internas.

 

Aos Brazão e a Barbosa são disponibilizadas cama, sanitário, pia, chuveiro e mesa. Nessas estruturas, há tomadas elétricas e a energia do chuveiro e das lâmpadas são ativadas e desativadas em horários determinados. A todos os detentos são servidas seis refeições por dia adequadas à necessidade nutricional.

Após a prisão, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou que a PF colhesse o depoimento dos investigados e de outras pessoas que tenham interagido com eles para a “prática dos crimes em apuração”, o que ainda não ocorreu.

O magistrado também ordenou aos investigadores que, no prazo de 60 dias, apresentassem um relatório parcial com a análise do material e conteúdo eletrônico apreendidos com os alvos da operação.

Esse documento está sendo aguardado pela PGR para sua manifestação e até eventual oferecimento de denúncia ao STF.