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Petrobras faz acordo com estatal de energia de olho na integração do mercado de gás da Argentina

Não está claro se o plano envolve a exportação de gás em formato líquido ou através de projetos de construção de novos gasodutos

Acordo, que é não vinculante, tem prazo de três anos e possibilitará o intercâmbio de informações e a avaliação de alternativas para cooperação e complementariedade energética - Arquivo/Agência Brasil

A Petrobras assinou com a empresa estatal de energia da Argentina Enarsa um Memorando de Entendimentos (MoU, na sigla em inglês) para estudos de parcerias no segmento de gás natural.

Segundo a Petrobras, o acordo, que é não vinculante, tem prazo de três anos e possibilitará o intercâmbio de informações e a avaliação de alternativas para cooperação e complementariedade energética entre as duas empresas.

Haverá ainda a "coordenação de ações para maior garantia de fornecimento de gás natural para a Argentina durante o inverno", período de maior demanda no país vizinho. A possibilidade, disse a Petrobras, não vai trazer qualquer impacto para o abastecimento de gás no Brasil nem custo financeiro adicional para a Petrobras.

Não se sabe ainda se o plano envolve a exportação de gás em formato líquido (via GNL) ou através de projetos de construção de novos gasodutos.

Recentemente, O Globo revelou que o governo Lula quer importar gás natural da reserva de Vaca Muerta, na Argentina, para garantir o abastecimento das indústrias brasileiras e estuda formas técnicas de fazer essa operação.

Existe uma forte preocupação em termos de oferta, porque a Bolívia, principal fornecedor, está com uma produção decrescente. Uma das saídas é usar a parte ociosa do Gasoduto Brasil-Bolívia (Gasbol) para trazer o gás argentino.

Há duas possibilidades em estudo para trazer ao Brasil o gás argentino e dependem da conclusão da segunda parte do Gasoduto Néstor Kirchner, que liga a região de Vaca Muerta, a partir da província de Buenos Aires, até Uruguaiana (RS).

No ano passado, quando o país era presidido por Alberto Fernández, a previsão era que as obras fossem concluídas até o fim de 2024 ou início de 2025. Mas o novo presidente argentino, Javier Milei, ainda não sinalizou se há interesse na obra ou em manter o prazo estimado.