Elon Musk vai morar em Urano, o planeta azul
MONTANHAS DA JAQUEIRA - Breaking news: impedido de atuar com sua rede social X e os satélites da Starlink no planeta Terra, o argonauta bilionário Elon Musk obteve asilo interplanetário e vai decolar em seu foguete Falcon Heavy (Falcão do Céu) para morar em Urano, o planeta azul, da cor do oxigênio. Urano é abraçado por um sistema de anéis multicores, beleza sublime do Criador visualizada pelos telescópios.
Parêntese: O genial poeta Fernando Pessoa sonhou em versos: “Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa: “Navegar é preciso, viver não é preciso”. Quero para mim o espírito (d)esta frase ….”
Urano gira ao contrário da Terra e de Marte, o planeta vermelho. Urano e Marte são adversários siderais. O céu de Urano é ornamentado por 27 luas azuis, a lua dos namorados, apaixonados, dos amigados, amancebados, dos ficantes, dos amores impossíveis, desiludidos do amor, dos amores platônicos, dos que namoram por telepatia.
As redes sociais são liberadas para todos, os marcianos, jupterianos, saturnianos, netunianos, ucranianos, plutonianos, sul-africanos, brasilianos, gregos e troianos. Transmitem, livremente, as sessões de surubas e bacanais do programa BBB. A mundiça adora.
A caterva vermelha de Marte decretou guerra interplanetária contra Urano, em meio à liberação das redes sociais. Os vermelhos dispararam milhares de mísseis contra Urano. Os artefatos foram interceptados pelas forças de defesa de Urano. Centenas de manifestantes foram presos na Praça da Paz Celestial Vermelha, durante exibição do filme de Bob Marley, acusados de ações subversivas em favor da liberação da pamonha. A Souza Cruz faz campanha em favor do consumo de nicotina. Os cartazes dizem: “Nicotina faz bem aos pulmões e ao coração”. As autoridades de Urano liberaram o consumo de pamonha para fins medicinais.
Saibam vocês, leitores destas Folhas, que antes de Elon Musk os precursores das viagens interplanetárias foram paraibanos da gema, modéstia à parte. Eu digo e provo. Assim falou o mega poeta Augusto dos Anjos aos seus discípulos: “Vestido de hidrogênio incandescente,/vaguei um século, improficuamente,/ pelas monotonias siderais”. “Eu, filho do carbono e do amoníaco, (....)” Augusto era uma molécula ambulante.
Década de 1960, quando os russos lideravam a corrida espacial com Iuri Gagarin, um Zé lá da Parahyba: Zé Gomes Filho, meu ídolo Michael Jackson do Pandeiro viajou para a lua, ele e seu parceiro Ary Lobo:
“Eu vou prá lua, mamãe eu vou morar lá/ saio no meu Sputnik do Campo do Jiquiá// Lá não tem juventude transviada/ os rapazes de lá não têm malícia/ quando há casamento na policia/ a moça é que é sentenciada/ porventura se a mulher for casada/ enganar o marido a coisa é feia/ ela pega 10 anos de cadeia/ e o conquistador não sofre nada”.
O campo do Jiquiá, onde pousou o Zeppelin, era a NASA de Pernambuco e Jackson do Pandeiro foi o nosso Neil Armstrong.
*Periodista, escritor e quase poeta