Chuvas torrenciais tiram mais de 100 mil de casa na China
Organização Mundial de Meteorologia alerta que Ásia é o continente mais afetado pelas mudanças climáticas
Chuvas torrenciais marcam os últimos dias de abril no Sul da China. Mais de 110 mil pessoas tiveram que deixar suas casas na província de Guangdong e cidades ficaram inundadas. Segundo a agência de notícias oficial chinesa Xinhua, o mês não terminou ainda, mas o acumulado já é mais que o dobro da média de abril para a região.
Toda a região do Delta do Rio das Pérolas foi afetada nos últimos cinco dias. As perdas, segundo o jornal People’s Daily, chegam a US$ 20 milhões.
Normalmente, a estação das chuvas em Guangdong começa em maio ou junho. Mas este ano não apenas as tempestades chegaram antes quanto em maior intensidade.
A região é uma importante produtora de arroz e plantações inteiras foram submersas e completamente perdidas. Na cidade de Qingyuan, a água nas ruas chegou a quase dois metros de altura.
Também ficaram alagadas Cantão e as cidades de Xaoguan, Zhaoging e Jiangmen. Porém, as fábricas dessa região que produzem suprimentos para grandes empresas como Samsung, Apple, Huawei e Tesla não pararam.
Esta semana, a Organização Mundial de Meteorologia (OMM) divulgou em seu relatório “O estado do clima em 2023 na Ásia” que o continente é o mais afetado do mundo por extremos climáticos, como chuvas torrenciais e ondas de calor. O relatório também destacou que as mudanças climáticas “têm causado maiores repercussões por toda a Ásia”.
A OMM disse que o clima desta segunda metade de abril de 2024 é mais uma prova da vulnerabilidade da sociedade aos extremos climáticos.
E acrescentou que “o excesso de energia acumulado na atmosfera e nos oceanos pelas emissões de gases de efeito estufa associadas a atividades humanas também tem grande influência”.