Samara Felippo dá detalhes de ataque racista sofrido pela filha e desabafa: "furor de sentimentos"
A adolescente é fruto do relacionamento da atriz com o ex-jogador de basquete Leandrinho
A atriz Samara Felippo denunciou um caso de racismo contra uma de suas filhas, de 14 anos, praticado por outras estudantes na escola Vera Cruz, colégio particular na zona oeste de São Paulo. Nesta segunda-feira, 29, em depoimento ao programa Encontro com Patrícia Poeta, a atriz compartilhou mais detalhes sobre o ataque e defendeu o fortalecimento do debate antirracista nas escolas e na sociedade como um todo.
"Minha filha mais velha foi vítima de racismo na escola, e não é a primeira vez. Quando eu morava no Rio de Janeiro, isso já tinha acontecido. Queria também deixar claro que eu sou contra qualquer tipo de cancelamento, linchamento. A notícia vazou dos grupos de WhatsApp, em debate com os pais da escola, e se espalhou rapidamente", disse Samara.
A adolescente é fruto do relacionamento da atriz com o ex-jogador de basquete Leandrinho. Na última segunda-feira, 22 de abril, a menina teve o caderno roubado por colegas de classe. "As páginas arrancadas violentamente, de um trabalho extenso de pesquisa, que valia nota para ela. E dentro desse mesmo caderno tinha uma frase de cunho racista, grave e criminosa", descreveu a atriz.
"Não dá mais para as escolas relativizarem um crime previsto em lei. Esse debate precisa ser levado adiante com seriedade, com comprometimento, porque, para mim, uma educação antirracista é uma soma. É a soma da instituição de ensino, do ensino dentro da nossa própria casa, com os pais, e a sociedade em si".
Samara continua: "Desde pequena eu converso com a minha filha sobre o que é o racismo, o mal que ele causa a sociedade, até para ela nomear, combater, se proteger. Então, conversem com seus filhos, levem esse debate para dentro de casa. Eu quero que esses adolescentes, não só as duas, mas toda a escola, tire uma lição pra vida toda, que cresçam e se formem cidadãos antirracistas", finaliza a atriz.
Na noite de domingo, Samara fez um desabafo nos stories do Instagram e agradeceu pelo apoio que vem recebendo. "Peço desculpas pelo silêncio momentâneo, estou digerindo e acolhendo minha filha. Já venho contar todo furor de sentimentos que está passando aqui dentro", escreveu ela. "Racismo é crime e vou até o final para que seja aplicada a lei perante um crime. Precisa uma criança/adolescente preta ser humilhada para a escola enxergar que suas políticas antirracistas falham miseravelmente?".
Entenda o caso
Samara Felippo abriu um boletim de ocorrência e a Polícia Civil vai investigar o caso. O caso, registrado como "preconceito de raça ou de cor", foi encaminhado ao 14° DP (Pinheiros). O colégio Vera Cruz informou que as duas alunas identificadas como autoras da agressão foram suspensas por tempo indeterminado.
De acordo com relato feito por Samara em um grupo de pais no Whatsapp, ao qual o Estadão teve acesso no domingo, 28, sua filha mais velha teve o caderno furtado, folhas foram arrancadas e, em seguida, ele foi devolvido ao achados e perdidos da escola com uma ofensa de cunho racial escrita em uma das páginas.
Samara expressou sua indignação com a violência sofrida pela filha: "Ainda estou digerindo tudo e talvez nunca consiga, cada vez que olho o caderno dela ou vejo ela debruçada sobre a mesa refazendo cada página dói na alma. Choro. É um choro muito doído Mas agora estou chorando de indignação também". No texto enviado ao grupo de pais, Samara diz que pediu a expulsão das alunas responsáveis e afirma que a escola tem conduta omissa diante de reiterados episódios de preconceito.