CINEMA

''O Dublê'': ação e comédia estilo ''Sessão da Tarde'' estreia nesta quinta(2); leia a crítica

Filme reconhece o árduo trabalho do dublê e é estrelado por Ryan Gosling e Emily Blunt

''O Dublê'' é estrelado por Ryan Gosling e Emily Blunt - Universal Studios

Em busca de uma redenção após um terrível acidente, Colt Seavers (Ryan Gosling), um dublê de Hollywood, retorna ao set de filmagem para a gravação de um filme dirigido por sua ex-namorada Jody Moreno (Emily Blunt). Colt foi chamado para realizar as cenas de ação do astro Tom Ryder (Aaron Taylor-Johnson) no novo longa da diretora.  

Porém, ele percebe, depois de 18 meses longe das perigosas acrobacias, um desafio ainda maior quando se encontra em meio a uma conspiração envolvendo o ator e pretende arriscar tudo para não fracassar novamente. Essa é a trama de "O Dublê", que estreia nos cinemas nesta quinta-feira (2), entregando ação e humor de forma frenética para o espectador.  

Faceta cômica
Recentemente, Ryan Gosling obteve sucesso ao explorar o gênero da comédia, com suas performances em "Dois Caras Legais", como o atrapalhado detetive Holland March, e em "Barbie", como o icônico boneco Ken. A escolha do ator foi um acerto pela entrega de carisma, vitalidade e emoção necessárias ao seu personagem.

Por outro lado, Emily Blunt, conhecida por viver papéis mais dramáticos, como Evelyn Abbott em "Lugar Silencioso" e Kitty Oppenheimer em "Oppenheimer". A atriz foi uma baita surpresa ao demonstrar uma faceta mais cômica, relembrando a personagem Emily de "O Diabo Veste Prada".

O abandono da carreira fez Colt se distanciar de Jody, mas o reencontro dos dois vai reacender o antigo sentimento que eles sentem um pelo outro. Esse romance, apesar de ser contextualizado pelos flashbacks, retrocedendo para eventos anteriores, ganha força nos poucos momentos juntos pela química da dupla que protagonizou o fenômeno 'barbenheimer' - Gosling e Blunt.

O elenco é estrelado e conta com a presença de ótimos coadjuvantes, como Aaron Taylor-Johnson ("Kick-Ass - Quebrando Tudo"), Hannah Waddingham (da série "Ted Lasso"), Teresa Palmer ("Até o Último Homem") e Winston Duke ("Pantera Negra").

Humor físico
Diretor de "Trem-Bala" e "Deadpool 2", David Leitch costuma explorar o humor físico nos seus filmes e ele não agiu diferente neste longa-metragem, que é baseado na série "Duro na Queda", conhecida na década de 1980. "O Dublê" é uma homenagem ao gênero de ação, por isso contou com uma equipe qualificada na gravação das cenas de ação.

O diretor designou Chris O'Hara para a posição de '’designer de dublês'’, considerado o primeiro crédito desse tipo na indústria. Chris assumiu a função tradicional de coordenador de dublês e ganhou o espaço para ter uma liderança criativa no filme.

Essa posição se reflete na coreografia das cenas de ação que assumem o absurdo da trama e entregam veracidade - dentro possível.  

Para além da ação, a comédia é outro gênero que ganha destaque na narrativa, homenageando nomes como Charlie Chaplin, Rowan Atkinson, Buster Keaton, Jim Carrey, atores conhecidos por evidenciar o humor físico no audiovisual com as acrobacias mirabolantes, formas inusitadas de derrotar o perigo e, que, assim como Colt Seavers, optam por falar menos e agir mais.

Entre lutas coreografadas e explosões, "O Dublê", encontra no seu casal de protagonistas um respiro em meio ao frenético filme que se propõe a ser. Ainda que não seja revolucionário, o longa consegue ser criativo na ação e comédia.