RAINHA DO POP

Madonna no Rio de Janeiro: um a um, os 14 álbuns comentados da Rainha do Pop

Cantora se apresenta na Praia de Copacabana no sábado (4) em show que celebra seus 40 anos de carreira

Madonna em cena de 'Evita' (1996) - Reprodução

Em seus 40 anos de carreira, Madonna lançou 14 álbuns nos quais enfileira uma quantidade de hits, de 'Holiday' a 'Bitch, I'm Madonna'. Esses discos estão comentados, um a um, abaixo.

É bom lembrar que a rainha do Pop também lançou em sua carreira três álbuns com canções de filmes dos quais participou: "Quem é essa garota?" (1987), com os hits "Who' s that girl" e "Causing a Commotion"; "I'm Breathless (1990), com canções de Dick Tracy, no qual aparece "Vogue; e "Evita" (1996), em que registra sua versão de "Don't cry for me Argentina".

Madonna também lançou coletâneas com seus maiores sucessos: "You can dance" (1987), "The Immaculate Collection" (1990), "Something to Remember" (1995), "GHV2" (2001), "Remixed and Revisited (2003) e "Celebration" (2009).

 

Confira a discografia comentada da diva:

‘MADONNA’ (1983)
Com um som dançante pós-disco, ligado nas eletrônicas negras do R&B e cheio de atitude new wave, a jovem cantora branca conseguiu se destacar na multidão de Nova York e partir para o mundo. Os clipes de uma nascente MTV ajudaram, mas o poder das músicas desse LP de estreia — “Borderline”, “Holiday”, “Everybody”, “Lucky star” — é coisa que resiste ao tempo.

‘LIKE A VIRGIN’ (1984)
O que era uma promessa no primeiro LP virou uma realidade avassaladora neste disco, aquele que transformou Madonna em ícone. A produção de Nile Rodgers, guitarrista do Chic, deixou sua fórmula dançante ainda mais poderosa para as rádios. E o recado de canções como a faixa-título e “Material girl”, sublinhado por clipes históricos, acabou conquistando corpos e almas de uma geração inteira.

‘TRUE BLUE’ (1986)
O álbum em que Madonna provou não ser só uma loura ambiciosa. Ali se percebe, enfim, a grande artesã pop, revelando vulnerabilidades (“Papa don’t preach”, a faixa-título), explodindo de sentimentos (“Live to tell”, baladaça), brincando de ser latina (“La Isla Bonita”) e, é claro, fazendo o povo dançar como se não houvesse amanhã (“Open your heart”, “Where‘s the party”).

‘LIKE A PRAYER’ (1989)
É um disco lembrado pela faixa-título, de sabor gospel, e pelo Jesus negro do seu videoclipe. Madonna do alto de sua provocação, mas também da perfeição pop em termos de feitura de um álbum. Pense num disco que tem “Express yourself” , “Cherish” (momento de mais sedutora ternura) e um “Keep it together” — ali, ela estabelece os padrões de qualidade com os quais sua carreira iria ser medida.

‘EROTICA' (1992)
O primeiro álbum de carreira de Madonna nos anos 1990, depois de incursões diversas por outros lados do showbiz, foi visto como um passo para trás. Mas, num novo olhar, ele resiste bem como documento da dance music de sua época (na faixa-título), no balanço hipnótico house music de “Deeper and deeper” e nas boas vibrações de “Rain”, um hit eterno das FMs.

‘BEDTIME STORIES’ (1994)

Na contramão do que foi diagnosticado como frieza em “Erotica”, Madonna buscou um pouco mais de calor (e sabor) com produtores do R&B como Babyface e Dallas Austin. E conseguiu se renovar neste disco, de hits como “Secret” , “Human nature” e “Take a bow”. Foi também onde ela fez uma bem-vinda parceria com a islandesa Björk, em “Bedtime story”.

‘RAY OF LIGHT’ (1998)
Enquanto o mundo vivia um caso de amor com a música eletrônica, Madonna buscava a espiritualidade. Seu álbum de 1998 nasce do encontro desses dois impulsos, sob a batuta de um produtor muito elegante que ela havia encontrado, William Orbit. Assim, um álbum que poderia ser apenas experimental rendeu hits como a faixa-título e “Frozen”.

‘MUSIC’ (2000)
Os anos 2000 chegaram com toda a sua confusão e promessas de apocalipse, mas Madonna preferiu manter-se na pista de dança e fez, neste disco, uma das grandes canções-manifesto da década: a faixa-título, com seus beats e sons tortos, cortesia do produtor francês Mirwais. Outro hit é “Don’t tell me”, que tem violão country sobre beats de rap, 24 anos antes de Beyoncé.

‘AMERICAN LIFE’ (2003)
Logo após “Music”, Madonna resolveu seguir com a produção de Mirwais e fez este álbum com muitas eletrônicas e algum violão. Uma coleção de faixas que não chega a ir fundo no que se esperaria do título — uma exploração acerca do que de fato significava ser americano em 2003 — e que, de certa forma, fica perdida em meio a uma discografia cheia de significado.

‘CONFESSIONS ON A DANCE FLOOR’ (2005)
Mirwais seguiu na produção de algumas faixas, mas a estrela desse disco de Madonna foi o inglês Stuart Price, do projeto de eletro oitentista Les Rythmes Digitales. Com ele, a cantora reencontrou o eu do começo da carreira em faixas como “Hung up”, feita de um sample de “Gimme! Gimme! Gimme!”, do Abba, e “Sorry”.

‘HARD CANDY’ (2008)
É o disco em que a cantora deixou de lado as sutilezas e se entregou por inteiro aos grandes hitmakers da época: Timbaland e Pharrell Williams. Pode não soar como um álbum de Madonna, mas não há como negar que “Candy shop”, “Give it 2 me” (ambas de Pharrell) e “4 minutes” (de Timbaland, com o próprio e Justin Timbarlake) são faixas que representam o som de sua época e ainda sacodem a pista.

‘MDNA’ (2012)
Primeiro disco para o selo Interscope, depois de deixar a Warner onde começara carreira, “MDNA” marca o momento em Madonna olha para o mundo pop em sua volta e reconhece nele a sua decisiva influência. O álbum não tem Lady Gaga, mas conta com as participações de Nicki Minaj e M.I.A. na divertida e auto-celebratória “Give me all your lovin’”.

‘REBEL HEART’ (2015)
Álbum que, do anterior, repete a participação da rapper Nicki Minaj e a olhada para o próprio umbigo (ambas em “Bitch I’m Madonna”), esse “Rebel heart” se divide entre a busca da cantora pelo som de sua época (encontrado no trabalho com os DJs Avicii e Diplo) e a tentativa de fazer uma ou outra canção memorável — tarefa que ela chega perto de completar na faixa-título e em “Joan of Arc” .

'MADAME X' (2019)
Multicultural desde sempre, Madonna fez de seu disco dos 60 anos de idade uma espécie de inventário do pop global que ajudou a semear. Nele, a cantora trouxe duetos com o astro colombiano do reggaeton Maluma (“Medellin” e “Bitch, I'm loca”), funk carioca (“Faz gostoso”, com Anitta) e “Batuka” , faixa com a participação da Orquestra de Batukadeiras de Portugal.