Oposição usa Dia do Trabalho para tentar desgastar governo Lula
Enquanto presidente tentou colher os bons resultados de emprego neste 1º de maio, deputados e senadores ligados a Jair Bolsonaro fizeram movimento contrário nas redes sociais
Enquanto o presidente Lula (PT) tenta capitalizar nesta terça-feira os bons resultados do emprego em seu terceiro mandato, a oposição ligada ao ex-mandatário Jair Bolsonaro (PL) aproveitou o 1º de maio para tentar desgastar o governo federal. Tanto as críticas quanto os afagos circundam os dados mais recentes divulgados pelo IBGE acerca do desemprego no país.
Segundo as estatísticas, o número de brasileiros sem emprego no país aumentou 7,9% em março. Em contrapartida, o indicador está em seu menor nível para o período desde 2014, dez anos antes, quando chegou a 7,2%. Segundo especialistas, a alta em relação ao quatro trimestre do ano passado é sazonal e ocorre após a demissão de trabalhadores temporários que deixam seus postos após as festividades e férias do início de ano.
O alcance do menor índice em dez anos foi explorado hoje no discurso do presidente no ato das centrais sindicais em comemoração ao Dia do Trabalhador em São Paulo. Na ocasião, Lula listou as boas notícias da economia, dando destaque às novas estatísticas.
Já o aumento em relação ao último trimestre do ano passado, sem contextualização, foi amplamente explorado por bolsonaristas em suas redes sociais. A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) compartilhou uma notícia que repercutia a alta junto a frase: "Efeito Lula".
Na mesma toada, Flávio Bolsonaro (PL-RJ) aderiu a mesma estratégia e ironizou o presidente: "Será que Lula vai subir em algum palco de sindicato para mentir e dizer que está tudo bem?", questionou.
Em post compartilhado por Jair Bolsonaro, o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho, elogiou políticas do governo de seu aliado e chamou a gestão de Lula de "obsoleta" na temática. "O PT se agarra a políticas danosas ao emprego e trabalho, como forçar sindicalização dos trabalhadores em aplicativo".
Sem citar nominalmente o presidente, o governador bolsonarista de Santa Catarina, Jorginho Mello, aproveitou a ocasião para falar sobre os seus índices e afirmou que, caso seu estado fosse um país, teria um menor desemprego que Estados Unidos, Noruega e Alemanha.
Na Câmara dos Deputados, os discursos virtuais foram mais carregados de ironias. Paulo Bilynsky (PL-SP) usou a data para repercutir dados de uma pesquisa do IBGE que comparou regiões do país e a adesão à programas sociais como o Bolsa Família. Tais índices já foram usados de forma pejorativa por outros bolsonaristas que, por isso, foram tachados como xenofóbicos.
"Essa é a verdadeira divisão do Brasil. Em laranja, os estados com mais beneficiários do Bolsa Família que trabalhadores com carteira assinada", escreveu junto a um mapa que aponta para a realidade no Nordeste e Norte do país.
Já Gustavo Gayer (PL-GO) e o vereador de São Paulo, Rubinho Nunes (União Brasil) desejaram felicidades aos trabalhadores e debocharam do partido de Lula: "Feliz dia de quem não é petista", afirmou Gayer em seu Instagram.