Doenças e acidentes afetam de forma desigual homens e mulheres no mundo, revela estudo; entenda
Dados mostram como fatores biológicos e culturais influenciam riscos de saúde entre os gêneros
Um estudo internacional de três décadas aponta que problemas de saúde impactam homens e mulheres de maneira desigual. Com dados do programa Global Burden of Disease (GBD), a pesquisa mostra que, apesar de mortes precoces serem mais comuns na população masculina, males crônicos prejudicam a qualidade de vida da população feminina.
Um artigo sobre o trabalho, publicado na revista Lancet Public Health, revela que homens são desproporcionalmente afetados por acidentes de trânsito (72% a mais) e câncer de pulmão (57% a mais), enquanto elas sofrem mais com dor lombar (61%) e os transtornos de ansiedade (65%).
Os números do estudo cobrem o período de 1990 até 2021. Durante esse período, as diferenças de gênero demoraram a ceder e, em muitos casos, estão mais acentuadas do que antes.
O critério usado para medir o impacto de cada problema foi o de "anos de vida ajustados para incapacitação" (DALYs, na sigla em inglês). É uma medida usada em epidemiologia para calcular quantos anos de vida ativa e com qualidade uma pessoa perde em função de doença ou lesão.
Os números revelam que há fatores biológicos e culturais por trás das diferenças, como o peso dos afazeres doméstico na vida das mulheres. No caso dos homens, o número maior de acidentes de trânsito está relacionado a como eles tendem a se associar mais a comportamentos de risco.