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Comentários de Netanyahu visam dificultar negociações de trégua, diz Hamas

"Ele não está interessado em um acordo", afirma líder do Hamas

Um membro das forças de segurança leais ao grupo Houthi do Iêmen permanece em guarda ao lado de uma bandeira palestina durante uma marcha na capital Sanaa. - Mohammed Huwais / AFP

Um líder do Hamas acusou, nesta sexta-feira (3), o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de multiplicar suas declarações públicas para dificultar os esforços em alcançar uma trégua na guerra na Faixa de Gaza.

"Netanyahu foi o elemento obstrucionista em todas as rodadas anteriores de diálogo ou negociação, e está claro que continua assim", afirmou Hossam Badran por telefone.

"Ele não está interessado em um acordo e é por isso que faz declarações na mídia para frustrar os esforços", acrescentou.

Membro do gabinete político do Hamas, Badran declarou à AFP que os negociadores do grupo islamista estão atualmente conversando de forma interna e com outros grupos armados palestinos, sobre a proposta de trégua transmitida no final de abril, antes de retornarem ao Cairo, onde estão ocorrendo negociações indiretas com Israel.
 

Os mediadores, Egito, Catar e Estados Unidos, continuam esperando uma resposta do Hamas à proposta, que inclui um cessar-fogo da ofensiva israelense e a troca de palestinos presos em Israel e reféns sequestrados durante o ataque do grupo em 7 de outubro no sul de Gaza.

Badran reiterou à AFP que seu movimento estuda a proposta com "espírito positivo", mas considerou que as recentes declarações de Netanyahu, nas quais reitera sua intenção de invadir Rafah, "pretendem claramente lançar por terra qualquer possibilidade de acordo".

O líder declarou nesta que sexta que o Hamas exige um cessar-fogo definitivo e uma "retirada total" das forças israelenses em Gaza.

Netanyahu afirmou, por sua vez, que uma trégua não colocará pausa na guerra contra o movimento islamista.

O conflito eclodiu em 7 de outubro após o ataque dos comandos do Hamas no sul de Israel, onde mataram 1.170 pessoas, a maioria civis, e sequestraram 250, segundo um balanço da AFP baseado em dados israelenses.

As autoridades de Israel estimam que, após a troca de novembro, 129 pessoas ainda permanecem cativas em Gaza, mas suspeitam que 35 delas morreram.

A ofensiva lançada por Israel em resposta até o momento deixou 34.622 mortos em Gaza, majoritariamente civis, segundo o Ministério da Saúde do governo do Hamas.