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Na pele de uma sogra hipocondríaca, Debora Olivieri comemora retorno de "Cilada" no Globoplay

A atriz recebeu o convite para integrar o elenco da nova temporada do projeto, que foi "ressuscitado" pelo Globoplay e estreia neste mês de maio

Debora Olivieri, a Debora de "Cilada", do Globoplay - Divulgação

de seriados cômicos, Debora Olivieri não perdia um episódio de "Cilada", primeira série cômica produzida pelo Multishow e exibida entre 2005 e 2009. Tantos anos depois, a atriz se surpreendeu com o convite para integrar o elenco da nova temporada do projeto, que foi "ressuscitado" pelo Globoplay e estreia neste mês de maio.

"É muito fácil se identificar com as situações propostas pelo texto. Eu me divertia muito assistindo e fiquei feliz demais quando fui chamada para participar. Já cheguei no estúdio mostrando intimidade, pois a série ainda estava muito viva na minha memória", garante.

Na série criada e estrelada por Bruno Mazzeo, Debora é a sogra do protagonista, mãe da também Débora, papel de Débora Lamm. "Os personagens da série têm uma loucura muito própria e são extremamente possíveis. Essa sogra, por exemplo, é aquele tipo de mulher divertida, hipocondríaca, que tem sempre uma dica de remédio para qualquer coisa. Nem é preciso ir muito longe para buscar inspiração", ressalta.

A ideia de retomar "Cilada" existe desde 2019. A pandemia, entretanto, acabou atrapalhando os planos da série. Com o relaxamento das medidas de segurança e o setor audiovisual voltando com tudo em 2022, a produção começou a ganhar forma. Para facilitar a logística e por questões de mercado, a série aproveitou a mesma estrutura para gravar duas temporadas de 10 episódios cada.

"Alguns trabalhos conseguem subverter qualquer sensação de rotina e esforço. As gravações foram incríveis, uma farra! Bruno conseguiu reunir o elenco original e fez adições incríveis. Achava um luxo chegar no 'set' e encontrar o Stepan (Nercessian), que interpreta meu irmão, além da Inez Viana, que vive minha cunhada", valoriza.

De tão ambientada em cena, o único problema na hora de gravar era manter a concentração e segurar o riso. "Bastava um olhar na cara do outro, a gente lembrava dos ensaios e caia na gargalhada", diverte-se.


Para Debora, o investimento das plataformas de "streaming" em séries é o que tem movimentado o audiovisual brasileiro atualmente. Enquanto aguardava o início das gravações de "Cilada", por exemplo, a atriz esteve envolvida com o seriado musical "O Coro: Sucesso, Aqui Vou Eu", do Disney+. Na produção, ela pôde voltar a trabalhar com um de seus autores e diretores favoritos: Miguel Falabella.

"Fiz diversas novelas e seriados com o Miguel na Globo. É sempre maravilhoso trabalhar com ele. E acho que o texto dele se adaptou muito bem a essa ideia mais dinâmica do streaming", avalia a atriz, que esteve em produções como "A Lua Me Disse", "Negócio da China" e "Pé na Cova". "A televisão aberta e as novelas nunca vão morrer. O público é muito abrangente e está sempre se renovando. Mas é bom também ter novas possibilidades, não só de produzir ideias que não teriam tanto espaço nas emissoras, mas também de novas formas de consumir os programas", analisa.

Natural de São Paulo e filha do também ator Felipe Wagner, Debora até tentou não seguir os passos do pai e trabalhou no setor de vendas e na área financeira. Porém, as Artes Cênicas, e sobretudo o humor, falaram mais alto e ela estreou vivendo diversas personagens nos esquetes cômicos de "Os Trapalhões", em 1985. O primeiro trabalho de maior repercussão só veio mesmo na década seguinte, quando viveu a temida Carmem, vilã da primeira versão de "Chiquititas", do SBT.

"Acho que é meu papel mais lembrado pelo público. Foram três longas temporadas, onde tive que morar na Argentina e vinha ao Brasil fazer os shows baseados na teledramaturgia. Era uma loucura deliciosa", rememora.

Após o sucesso infantil, Debora passou a figurar em diversas produções da Globo, como "Terra Nostra", "O Profeta", "Duas Caras" e, mais recentemente, "Salve-se Quem Puder". "Apesar de já ter feito muitas novelas. Não sou noveleira. Só assisto as que eu participo, que é para poder melhorar minha atuação", conta, entre risos.

Aos 66 anos, a atriz é casada com um holandês e, assim como faz todos os anos, agora se prepara para passar o verão na Europa. "Estou de férias não remuneradas. Mas é engraçado que, toda vez que chego na Holanda, meu telefone toca com convites de trabalho. Essa viagem me dá sorte", gaba-se.