Caso Marielle: PGR denuncia irmãos Brazão e delegado por homicídios de vereadora e motorista
Documento foi apresentado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira
A Procuradoria-Geral da República ofereceu denúncia contra o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio Domingos Brazão; seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ); e o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do estado, pelos homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
O documento foi apresentado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira. Os três estão presos preventivamente desde o dia 24 de abril e negam os crimes.
Nesta manhã, foram cumpridos mais dois mandados de prisão contra Robson Calixto da Fonseca, conhecido como Peixe, assessor de Domingos Brazão, e o policial militar Ronald Alves de Paula, conhecido como Major Ronald, apontado como ex-chefe da milícia da Muzema, na Zona Oeste do Rio.
De acordo com as investigações da Polícia Federal, o ex-policial militar Ronnie Lessa relatou que, no segundo trimestre de 2017, Chiquinho, então vereador do Rio, demonstrou "descontrolada reação" à atuação de Marielle para "apertada votação do projeto de Lei à Câmara número 174/2016".
Com o projeto, ele e o irmão buscariam a regularização de um condomínio inteiro na região de Jacarepaguá, na Zona Oeste da cidade, sem respeitar o critério de área de interesse social, visando obter o título de propriedade para especulação imobiliária.
Nos depoimentos, Lessa ainda relatou que Barbosa foi uma peça-chave para que os homicídios fossem consumados a mando dos Brazão. Ao delegado, caberia garantir uma espécie de imunidade aos envolvidos, ou seja, de alguma forma o inquérito que se sucederia não poderia chegar nos responsáveis pela empreitada criminosa.
O ex-PM está preso desde 2019 sob a acusação de ser o autor dos disparos que mataram Marielle e Anderson, em março de 2018, na Região Central do Rio.