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Preço do arroz já sobe 7,21% este ano. Chuvas no Rio Grande do Sul podem levar a novas altas

Dados do IBGE mostram que cereal já estava mais caro antes mesmo da tragédia gaúcha. Cotação no atacado subiu em maio

Plantação de arroz - @jcomp/Freepik

Antes mesmo das chuvas no Rio Grande do Sul, o preço do arroz já vinha em forte alta. Este ano, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (10) pelo IBGE, o cereal ficou 7,21% mais caro. Nos 12 meses encerrados em abril, a alta supera 25,46% - bem acima da inflação no período, que foi de 3,69%.

O Rio Grande do Sul responde por 70% da produção de arroz no país. Boa parte da safra já havia sido colhida antes da tragédia climática. Mas o impacto das inundações sobre os armazéns e as dificuldades de escoar a produção do estado para o resto do país deve afetar os preços nos próximos meses.

Por isso, o governo Lula anunciou que iria importar emergencialmente, 1 tonelada de arroz. A produção no país é muito ajustada ao seu consumo, em torno de 10 milhões de toneladas por ano. Ou seja, em situações normais, o Brasil quase não compra arroz do exterior.

Antes das chuvas, a previsão era de uma safra de 7,4 milhões de toneladas de arroz no Rio Grande do Sul este ano. Segundo a consultoria Cogo Inteligência em Agronegócio, o estado já havia colhido 78% da área plantada, ou seja, restava colher 1,6 milhão de toneladas de arroz.

“As tempestades deixaram as lavouras debaixo d'água, inviabilizando as atividades de campo. Além disso, algumas estradas estão interditadas, o que também dificulta o carregamento do cereal”, afirma a consultoria, em relatório.

Os preços do arroz já começam a subir no atacado. Segundo levantamento diário feito da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz do Cepea/USP, a saca de 50kg do arroz do tipo 1 no Rio Grande do Sul – que é a referência para a cotação nacional – estava em R$ 99,15 na média da semana de 1 a 5 de abril.

Nesta semana, entre os dias 6 e 9 de maio, o preço médio foi de R$ 107,36.