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China e EUA terão primeiro diálogo sobre riscos da Inteligência Artificial

Será uma "troca de pontos de vista", sem publicação de declaração conjunta ou anúncios específicos

Inteligência artificial - Rawpick/Freepik

A China e os Estados Unidos realizarão, nesta terça-feira (14), o primeiro debate sobre os "riscos" da Inteligência Artificial, no qual Washington aproveitará para manifestar sua preocupação com os avanços chineses neste campo, anunciaram dirigentes americanos.

Representantes dos dois países viajarão a Genebra para este diálogo, prometido pelo presidente americano, Joe Biden, e por seu homólogo chinês, Xi Jinping, durante uma cúpula no ano passado na Califórnia, afirmaram as autoridades americanas sob anonimato.

A China "fez do desenvolvimento da IA uma prioridade nacional e, claro, está implantando rapidamente as suas capacidades nos setores civil, militar e de segurança nacional", disse um funcionário dos EUA, que pediu anonimato.

Muitas vezes agem de uma forma "que acreditamos que prejudica tanto a segurança nacional dos Estados Unidos como dos seus aliados", disse ele.

"Reiteraremos nossas preocupações sobre o uso da IA por Pequim nesse sentido", acrescentou.

Outro funcionário dos EUA observou que Washington já manifestou preocupações sobre uma possível interferência eleitoral através da IA, mas esta questão não vai constar da agenda em Genebra.

Tentando sair do pico de tensão em suas relações dos últimos anos, China e Estados Unidos desenvolvem rapidamente seus setores de IA.

Washington e os seus aliados estão cada vez mais preocupados com as capacidades de que as autoridades comunistas em Pequim dispõem.

Especialistas americanos estão alarmados com a crescente capacidade dos engenheiros chineses de IA de produzir "deepfakes", isto é, manipulação de conteúdos envolvendo pessoas vivas ou mortas.

Os Estados Unidos, a União Europeia e o Reino Unido têm trabalhado para estabelecer regulamentos sobre Inteligência Artificial para proteger a privacidade e a segurança das pessoas.

A China segue seu próprio caminho na inteligência artificial, mas no ano passado participou de uma reunião sobre o tema convocada pelo Reino Unido.

Nos diálogos, China e Estados Unidos se somaram a outras nações e concordaram na necessidade de "gerir coletivamente os riscos potenciais" da IA em nível global.