DISCURSO

Lula diz que não sabia que o Rio Grande do Sul 'tinha tanta gente negra'

Presidente esteve em São Leopoldo, na Região Metropolitana, cidade fortemente atingida pela catástrofe climática

Lula, presidente do Brasil - Evaristo Sa/AFP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que não sabia que o Rio Grande do Sul tinha tanta gente negra. Em visita ao estado para anunciar um conjunto de ações a população atingida pela enchente, Lula discursou em São Leopoldo, na Região Metropolitana, cidade fortemente atingida pela catástrofe climática e disse que estranhou imagens vistas em programas de televisão sobre a tragédia climática do RS.

— Eu falei para a Janja no domingo que é impressionante. Eu não tinha noção que aqui tinha tanta gente negra. E ela me falou que são os mais pobres e moram nos lugares mais arriscados para serem vítimas dessas coisas — disse Lula ao discursar.

De acordo com o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Rio Grande do Sul tem 710 mil pessoas autodeclaradas pretas e 1,6 milhão de pessoas autodeclaradas pardas, o que representa que 20% da população do estado é negra.

Medidas anunciadas
Em São Leopoldo, Lula anunciou o "Auxílio Reconstrução" para famílias desabrigadas ou desalojadas pela catástrofe climática. O benefício será uma parcela única de R$ 5,1 mil para cerca de 240 mil famílias. O objetivo é que esse dinheiro seja usado para a reposição de equipamentos e outros bens perdidos. O impacto potencial da medida é estimado em até R$ 1,2 bilhão. O benefício será destinado a uma pessoa representante da família.

Durante o evento, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que todas as casas afetadas por enchentes e que se enquadrem no Minha Casa, Minha Vida faixas 1 e 2 serão recuperadas pelo governo. O governo vai ainda ajudar na compra de imóveis usados com chamamento público. A avaliação será realizada pela Caixa Econômica Federal, com o limite de valor máximo do imóvel.

Haverá, ainda, a aquisição de móveis que esão em processo de leilao da Caixa e do Banco do Brasil que estejam desocupadas, além da aquisição de imóveis de construtoras já em obras ou concluídas. O governo também vai aproveitar as propostas inscritas e que não foram selecionadas no Minha Casa, Minha Vida, em 2023, além de novas seleções para os municípios.