Moraes determina soltura de Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro
Coronel do Exército estava preso desde fevereiro, após operação da PF sobre trama golpista
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quinta-feira a liberdade do coronel do Exército Marcelo Câmara, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele terá que usar tornozeleira eletrônica.
A informação da soltura foi confirmada pelo advogado de Câmara, Luiz Eduardo Kuntz. Câmara estava preso desde 8 de fevereiro, após operação da Polícia Federal. Ele é suspeito de participar de uma organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado.
Ao longo do governo de Jair Bolsonaro, Câmara atuou como assessor especial no gabinete da Presidência da República. Além do uso da tornozeleira eletrônica, outras medidas cautelares foram impostas a ele, como a proibição de deixar Brasília e a apresentação semanal à Vara de Execuções Penais.
Em janeiro de 2023, Câmara foi um dos assessores contratados pela Presidência para auxiliar o ex-presidente, com salário de R$ 11 mil. Ele só foi exonerado desse cargo em outubro do ano passado, quando já era alvo da investigação que apura a venda de joias e presentes recebidos pelo ex-presidente.
No ano passado, Câmara foi alvo da Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, que investigou a organização e financiamento dos atos golpistas. Ele chegou a ter sigilo fiscal, telefônico e telemático quebrado pelos parlamentares, assim como o ex-chefe da Ajudância de Ordens Mauro Cid.
Em maio de 2023, ele também foi alvo de uma operação da Polícia Federal que apurava suspeita de fraude nos cartões de vacina do ex-presidente, familiares e assessores.