Doença hidática: veja problema causado por verme parasita que provocou ruptura no fígado de mulher
Tênia encontrada no organismo da paciente foi analisada e é comum na Ásia, América do Sul e África
Uma mulher de 33 anos sofreu uma ruptura grave do fígado, após ser infectada por um verme, que colocou ovos dentro de seu abdômen. O caso, publicado neste sábado na revista médica American Journal of Case Reports, ocorreu na Tunísia, e a paciente se recuperou. O problema de saúde causado pela tênia é chamado de Doença Hidática, e é comum na Ásia, América do Sul e África.
Doença hidática
A doença hidática é uma infecção parasitária que pode afetar qualquer órgão, mais comumente o fígado. A hidática costuma ser assintomática e o diagnóstico é feito quando surgem complicações. A mais comum desta doença é a abertura dos ductos biliares, que é uma condição com risco de vida.
Embora a doença seja rara na América do Norte, os médicos que trataram o paciente tunisiano alertaram que a doença hidática "representa um problema de saúde pública significativo" nas zonas rurais de África, Europa, Ásia, Médio Oriente e América Central e do Sul.
Entre dois e três milhões de pessoas são infectadas pela doença hidatídica, até 90% dos pacientes podem morrer dentro de 10 a 15 anos após a infecção se não forem tratadas.
Caso na Tunísia
Sem antecedentes médicos ou cirúrgicos, a mulher compareceu ao pronto-socorro com fortes cólicas estomacais, febre e olhos e pele amarelados há três dias. Os exames de sangue revelaram que marcadores inflamatórios chamados proteínas C reativas estavam mais de 20 vezes acima do nível normal, sugerindo possíveis danos ao fígado.
Nos exames de imagem, os médicos viram no fígado uma hidatidose, um cisto e uma ruptura no ducto biliar, que transporta fluidos para o fígado. Mais tarde foi descoberto que o dano ao órgão foi causado pelo crescimento de um Echinococcus granulosus – uma tênia de dois a sete milímetros.
Este parasita desencadeia uma infecção potencialmente mortal, a doença hidática, também conhecida como equinococose cística. Os vermes normalmente vivem em animais como ovelhas, bovinos, caprinos, porcos e cães. A infecção de pessoas acontece comumente em países rurais. Não está claro quando o paciente foi infectado, embora os sintomas possam levar vários anos para aparecer.
Dois dias após a internação, os médicos realizaram uma cirurgia para retirada do cisto e drenagem do excesso de bile. A paciente passou 15 dias internada, sem complicações no pós-operatório, recebendo líquidos e antibióticos antes de receber alta.
Seu caso foi revelado esta semana na revista médica americana, por médicos que querem aumentar a conscientização sobre a infecção, apelidada de assassina silenciosa.