Lacen passa a realizar testagem para Febre do Oropouche, transmitida pela "muriçoca"
O laboratório realizará a testagem de 10% das amostras negativas para Dengue, Zika e Chikungunya no período de janeiro até o momento
Para ampliar a testagem de arboviroses em Pernambuco, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), por meio do Laboratório Central (Lacen-PE), passou a realizar testagem para Febre do Oropouche, transmitida pelo inseto Culex quinquefasciatus, mais conhecido como "muriçoca".
O Lacen/PE começou, na quinta-feira (15), a realizar a testagem de 10% das amostras negativas para Dengue, Zika e Chikungunya no período de janeiro até o momento. O laboratório é responsável pela testagem de, em média, 250 amostras de arboviroses por dia e 7 mil por mês.
A diretora-geral do Lacen/PE, Keilla Paz, ressalta o papel do laboratório na orientação das ações de vigilância e controle das arboviroses.
“Com a inclusão da testagem para o vírus Oropouche, o Lacen amplia a capacidade de detecção, permitindo uma resposta mais eficaz e oportuna a surtos dessa arbovirose emergente, protegendo a saúde pública e reduzindo o impacto dessas doenças na população”, destaca Keilla.
A testagem para o vírus Oropouche foi orientada pelo Ministério da Saúde (MS) a todos os Estados que fazem parte da região extra-amazônica. No Nordeste, os estados da Bahia e Piauí identificaram casos da doença, permitindo que Pernambuco inicie o mapeamento precoce de possíveis manifestações da doença na região.
Com relação à testagem antecedente a uma possível presença do vírus em Pernambuco, o diretor-geral de Vigilância Ambiental, Eduardo Bezerra, destacou que o serviço “é vital para a vigilância do vírus que pode circular no nosso Estado”.
“Procuramos manter o sistema em alerta para uma possível entrada do vírus na nossa região. Essa ação favorece a adoção de medidas de saúde adequadas e pensadas corretamente no combate às arboviroses, principalmente no período sazonal que enfrentamos”, explica Eduardo.
Febre do Oropouche
No Brasil, o arbovírus do Oropouche foi identificado no ano de 1960, sendo mais comum na região amazônica e raras detecções em outras regiões do país.
A Febre do Oropouche tem como transmissor um mosquito famoso entre os nordestinos: o pernilongo ou muriçoca (Culex quinquefasciatus). Seu enfrentamento é ainda mais complicado que o transmissor da dengue, porque sua eliminação é quase que exclusivamente mecânica, ou seja, na mitigação dos focos.
A muriçoca não tem grande exigência para se reproduzir, preferindo água parada e suja.
A doença em si tem alguns sintomas em comum com a dengue, o zika e o chikungunya. Febre, dor muscular ou de articulação e náusea. A ocorrência de uma dor de cabeça mais intensa que as demais arboviroses, além da diarreia, podem ser consideradas um diferencial da Febre do Oropouche.