Taxa de alfabetização entre indígenas sobe para 85%, com alta em todas as grandes regiões e idades
De 2010 para 2022, a taxa de analfabetismo das pessoas indígenas caiu de 23,4% para 15,1%; a queda mais expressiva foi observada na regi
A taxa de alfabetização entre os indígenas cresceu em todas as faixas etárias e grandes regiões do país. Apesar de ainda serem o grupo populacional com o maior índice de analfabetismo no Brasil, dados do Censo 2022 mostram que 85% da população sabem ler e escrever. O estudo foi divulgado, nesta sexta-feira (17), pelo IBGE.
De 2010 para 2022, a taxa de analfabetismo das pessoas indígenas caiu de 23,4% para 15,1%. A queda mais expressiva foi observada na região Norte (de 31,3% para 15,3%).
O número de pessoas que não sabem ler e escrever caiu também em todas as faixas etárias, com as maiores reduções nas faixas de 35 a 44 (de 22,9% para 12,0%), 55 a 64 (de 38,3% a 27,4%) e 25 a 34 anos de idade (de 17,4% para 6,7%).
Discrepância entre brancos e indígenas
A taxa de analfabetismo de pessoas autodeclaradas brancas segue mais de três vezes menor do que a dos indígenas. Em 2022, enquanto 4,3% dos brancos eram considerados analfabetos, entre os indígenas esse número era de 16,1%.
Homens indígenas são mais alfabetizados
Os homens indígenas de 15 anos ou mais têm taxa de alfabetização de 85,7% — 1,4 pontos percentuais acima do índice registrado entre mulheres indígenas (84,3%). O dado vai na contramão do panorama geral brasileiro, que aponta que o percentual de mulheres que sabem ler e escrever é 93,5%, enquanto o de homens é 92,5%.
O Censo 2022 mostrou que a taxa de alfabetização entre os brasileiros é de 93%. Isso significa dizer que entre as 163 milhões de pessoas de 15 anos ou mais de idade, 151,5 milhões sabem ler e escrever um bilhete simples e 11,4 milhões não sabem. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os últimos dados apontaram que o analfabetismo caiu 2,6 pontos percentuais em relação ao Censo de 2010. Naquela época eram 9,6% da população sem saber ler e escrever, enquanto agora o percentual é 7%. Em 1940, dados do IBGE apontavam um Brasil ainda mais sem instrução: menos da metade da população (44%) era alfabetizada.
O IBGE considera alfabetizadas as pessoas que sabem ler e escrever pelo menos um bilhete simples ou uma lista de compras, no idioma que conhece, independentemente de estar ou não frequentando escola ou de ter concluído períodos letivos. Também é levado em consideração indivíduos que utilizam o Sistema Braille e que tinham habilidade para a leitura ou escrita, mas se tornaram fisicamente ou mentalmente incapacitados.