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Sánchez anunciará na quarta-feira data em que Espanha reconhecerá Estado palestino

O reconhecimento espanhol ocorrerá através de um decreto que deverá ser aprovado no Conselho de ministros do governo espanhol

O ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares (C), fala à imprensa antes de uma reunião com representantes da Comissão Europeia, Grã-Bretanha e Gibraltar - Kenzo Tribouillard / AFP

O presidente do Governo da Espanha, Pedro Sánchez, anunciou nesta sexta-feira (17) que vai anunciar, na próxima quarta-feira (22), a data em que o seu país reconhecerá a Palestina como Estado.

“Estamos em coordenação com outros países para podermos fazer (…) um reconhecimento conjunto”, declarou o presidente socialista em entrevista à emissora de televisão La Sexta, quando questionado sobre a razão pela qual Espanha não dará o reconhecimento na próxima terça-feira, dia 21.
 

Nesse dia, segundo o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, Espanha, Irlanda e Eslovénia planejavam reconhecer simultaneamente o Estado palestino.

Sánchez não especificou com quais países seu governo está conversando. Mas Espanha, Irlanda, Eslovênia e Malta, todos membros da União Europeia, afirmaram em março que estavam “dispostos” a reconhecer o Estado palestino, se isso contribuísse “positivamente” para a resolução do conflito com Israel.

O ministro irlandês das Relações Exteriores, Micheal Martin, afirmou na quarta-feira que Dublin “certamente” o fará antes do final de maio, mas sem especificar a data.

O reconhecimento espanhol ocorrerá através de um decreto que deverá ser aprovado no Conselho de ministros do governo espanhol, de esquerda, que acontece às terças-feiras.

Sánchez pretende comparecer na próxima quarta-feira perante o Congresso dos Deputados para falar, entre outras coisas, sobre a questão do Estado Palestino, e aproveitará então para "esclarecer (...) o dia" em que será dado o reconhecimento, disse o presidente do governo espanhol à La Sexta.

Questionado se descrevia o que acontece na Faixa de Gaza como “genocídio”, Sánchez limitou-se a dizer que tem “sérias dúvidas” de que Israel esteja “respeitando os direitos humanos”.

“Ver o que está acontecendo em Gaza, a morte indiscriminada de civis, mulheres, meninos, meninas, a destruição sem precedentes de Gaza”, faz com que 'tenhamos sérias dúvidas' ”, disse Sánchez.

A Espanha se posicionou como um dos países da União Europeia mais críticos em relação à forma como Israel conduz as operações militares em Gaza, após o ataque dos milicianos do Hamas em 7 de outubro.

O posicionamento espanhol irritou Israel, que chamou o seu embaixador em Madri para consultas no ano passado.