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Aiatolá Khamenei anuncia cinco dias de luto no Irã pela morte do presidente Raisi

O Ebrahim Raisi, aos 63 anos, morreu após a queda de um dos três helicópteros de seu comboio presidencial, no domingo

Ebrahim Raisi, presidente do Irã - Divulgação / Gabinete do líder supremo / AFP

O Irã respeitará cinco dias de luto pela morte do presidente Ebrahim Raisi e de outras sete pessoas em um acidente de helicóptero, anunciou nesta segunda-feira o líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei, que também designou o vice-presidente Mohamad Mokhber como presidente interino.

“De acordo com o artigo 131 da Constituição, Mokhber é o responsável por dirigir o Poder Executivo”, afirmou o aiatolá Khamenei, ao destacar que ele deve trabalhar com os chefes dos Poderes Legislativo e Judiciário para preparar as eleições presidenciais “em um prazo máximo de 50 dias".

Morte confirmada
Foi confirmada, nesta segunda-feira, a morte do presidente do Irã, o ultraconservador Ebrahim Raisi, aos 63 anos, após a queda de um dos três helicópteros de seu comboio presidencial, no domingo. Raisi era presidente da República Islâmica desde junho de 2021, sucedendo ao moderado Hassan Rouhani após uma vitória que pôs todas as instituições políticas importantes do país sob o controle da chamada linha dura do regime.

O helicóptero que transportava o presidente caiu em uma parte remota do país, de acordo com a mídia estatal iraniana, pondo em marcha uma grande operação de busca e resgate em meio ao mau tempo e neblina espessa. Mais cedo, a agência de notícias oficial IRNA havia afirmado que a aeronave havia feito um "pouso forçado", mas posteriormente uma autoridade reconheceu à agência Reuters que a vida de Raisi estava "em risco" após a "queda" em uma região de montanha perto da fronteira com o Azerbaijão.

A morte de Raisi foi oficialmente comunicada pelo vice-presidente Mohsen Mansouri, em postagens nas redes sociais. Mokhber liderou uma reunião de gabinete de emergência, após a notícia da localização dos destroços do helicóptero, segundo publicou o "Guardian".

 

Em um comunicado, o governo estendeu suas condolências ao líder supremo Ali Khamenei e à nação iraniana e disse que continuaria a operar "sem interrupções", de acordo com a Press TV. O gabinete do presidente também elogiou Raisi como um líder "trabalhador e incansável" que serviu ao povo do Irã para ajudar a avançar e progredir o país: "Cumpriu sua promessa e sacrificou sua vida pela nação", diz o comunicado, que afirma, ainda, que "não haverá a menor perturbação" na administração do Irã após o acidente mortal.

O ministro das Relações Exteriores iraniano, Hossein Amirabdollahian; o governador da província do Azerbaijão Oriental, Malek Rahmati; e o representante do líder supremo do Irã no Azerbaijão Oriental, o aiatolá Mohammad Ali Ale-Hashem, também estavam com outras cinco pessoas na aeronave, uma de três que viajavam em um comboio presidencial — as outras aterrissaram sem problemas em Tabriz, nordeste do Irã.

Tudo indica que o mau tempo causou o acidente, que ocorre poucos dias depois de autoridades graduadas americanas e iranianas terem mantido conversações por meio de intermediários para tentar conter a ameaça de um conflito mais amplo no Oriente Médio. O Departamento de Estado dos EUA disse que acompanhava de perto os relatórios sobre o acidente, e a Casa Branca afirmou que o presidente Joe Biden foi informado.