Arroz

Governo do RS afirma que safra de arroz do estado é suficiente para abastecer mercado brasileiro

Tarifa de importação de três tipos de arroz foram zeradas para evitar aumento de preço

Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite - Frame/Mauro Nascimento/Secom

O governo do Rio Grande do Sul afirmou nesta terça-feira que a safra de arroz que vem sendo produzida no estado ao longo deste ano será suficiente para abastecer a demanda do país, mesmo com os prejuízos causados pelos temporais que atingem o estado desde o fim do mês passado. Nesta terça, o governo zerou a tarifa de importação de três tipos de arroz para evitar o aumento de preço do alimento.

O Rio Grande do Sul é responsável por cerca de 70% da produção nacional de arroz. Em nota, o governo do estado afirmou que a safra "deve ficar em torno de 7.149.691 toneladas, mesmo com as perdas pelas inundações que o Estado sofreu em maio".

O montante seria "bem próximo ao registrado na safra anterior, de 7.239.000 toneladas", o que "comprova que o arroz gaúcho é suficiente para abastecer o mercado brasileiro, sendo desnecessária a importação do grão". Os dados foram calculados pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) e apresentados em reunião extraordinária da Câmara Setorial do Arroz, realizada pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) nesta terça.

Leilão suspenso

O leilão para a compra de cerca de 100 mil toneladas de arroz do Mercosul, previsto para esta terça-feira, foi suspenso. A medida foi tomada porque, segundo o governo, foram constatados aumentos especulativos de preços praticados pelos sócios do bloco.

A suspensão foi comunicada pelo Ministério da Agricultura. Uma nova dada para o leilão e a origem da importação do produto estão em discussão entre os vários órgãos envolvidos. O mais provável é que a importação terá como origem a Tailândia.

Olho nos preços

A redução a zero das tarifas passa a valer a partir da publicação da medida no Diário Oficial da União e vale até 31 de dezembro deste ano. A Secretaria de Comércio Exterior do MDIC (Secex) pode prolongar o período de vigência, caso avalie necessário.

Zerar as importações faz parte de um movimento do governo para evitar o aumento de preços do arroz no Brasil. O Executivo pretende importar até 1 tonelada do cereal para abastecer o mercado e assegurar para o consumidor final o preço de R$ 20 para o pacote de 5 quilos de arroz, na importação do produto.

A maior parte das importações de arroz atualmente são de países do Mercosul, onde já há a vantagem da isenção tributária. Nessa primeira fase de importação serão comprados 100 mil toneladas de arroz, descascado e empacotado de países do bloco econômico.

Para atingir a meta estipulada de um milhão de toneladas, o governo deve procurar outros mercados como Tailândia e Vietnã, já que a produção de países do Mercosul não é capaz de atender a demanda. Em 2024, até abril, as compras de arroz da Tailândia já representam 18,2% do total importado.