Arthur do Val tenta retomar direitos políticos, perde ação e é condenado a pagar R$ 5 mil
Conhecido como Mamãe Falei, deputado cassado e youtuber está inelegível até 2030
Após tentar reaver seus direitos políticos, o ex-deputado estadual Arthur do Val, conhecido como Mamãe Falei, teve sua solicitação rejeitada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), que também o condenou a pagar R$ 5 mil em custas processuais e honorários. Cassado por ferir o Código de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Arthur do Val está inelegível até 2030.
Mamãe Falei foi cassado em votação unânime pelos deputados estaduais da Alesp. Dos 94 parlamentares, 73 votaram, todos pela cassação.
O ex-deputado, membro do Movimento Brasil Livre (MBL), foi cassado após o vazamento de uma série de mensagens de áudio enviadas por ele em um grupo de WhatsApp em que o parlamentar, durante uma viagem à Ucrânia feita em março e já em meio à guerra no país do Leste Europeu, dizia que as refugiadas ucranianas são "fáceis porque são pobres" .
Arthur do Val viajou ao país europeu para, segundo ele, ajudar na resistência contra a invasão da Rússia ao país. Em outro trecho dos áudios, o parlamentar havia acabado de cruzar a fronteira da Ucrânia com a Eslováquia e disse que a fila das refugiadas só tinha "deusa" e que "a fila da melhor balada do Brasil, na melhor época do ano, não chega aos pés" da fila de refugiadas.
Após a repercussão das mensagens, o político, que estava filiado ao Podemos e era pré-candidato do partido ao governo paulista, retirou a candidatura, deixou a sigla e se licenciou do MBL. Até então, a intenção era que ele atuasse como um palanque para o ex-juiz Sergio Moro em São Paulo.
Então namorada de Do Val, a enfermeira Giulia Blagitz terminou o relacionamento com o político por causa dos áudios.
Quando do vazamento das mensagens, o então deputado estadual admitiu a autoria dos áudios e chegou a pedir desculpas, embora tenha argumentado que sua cassação só ocorre por perseguição política. Isso porque, desde sua eleição, o deputado colecionou desafetos no plenário da Alesp. Menos de um mês depois do escândalo, Do Val filiou-se ao União Brasil.
Procurado por O Globo, Arthur do Val ainda não comentou sobre a decisão do TJSP.