GUERRA

Ucrânia ordena primeiras libertações de presos para lutarem em seu exército

Segundo as autoridades ucranianas, mais de 3.000 presos se voluntariaram para servir no Exército

Dois militares ucranianos conversam em frente ao ''Muro em Memória dos Caídos pela Ucrânia - Anatolii Stepanov / AFP

Um tribunal da Ucrânia ordenou, nesta terça-feira (22), a liberação dos primeiros presos que se apresentaram voluntariamente para entrar no exército do país, em virtude de uma nova lei destinada a mobilizar mais soldados para lutarem no conflito contra a Rússia.

Segundo as autoridades ucranianas, mais de 3.000 presos se voluntariaram para servir no Exército em troca de serem libertados.

O Tribunal da Cidade de Khmelnitski, situada no oeste do país, indicou que aprovou na terça a liberação de dois deles para se juntarem à Guarda Nacional da Ucrânia: um homem nascido em 2000 e outro em 1981, ambos condenados por roubo.

"O Tribunal aceitou seus pedidos e ordenou ao centro de detenção Khmelnitski que liberasse imediatamente os homens de suas condenações para que cumprissem serviço militar por contrato", declarou, em um comunicado publicado nesta quarta.

"Os homens estão aptos para o serviço militar, passaram por exames profissionais e psicológicos, e possuem um nível suficiente de condicionamento físico", completou o Tribunal, que analisa atualmente cerca de outras 50 solicitações similares.

No início de maio, os deputados ucranianos adotaram uma lei, sancionada logo depois pelo presidente Volodimir Zelenski que permite o recrutamento de certas categorias de prisioneiros pelo Exército em troca de anistia.

A medida não é aplicável aos presos por delitos graves como assassinato, violência sexual ou ataque à segurança nacional.  Na Rússia, o grupo paramilitar Wagner recrutou, em 2022, dezenas de milhares de detentos das prisões russas, que morreram em ataques extremamente sangrentos - entre eles, a batalha de Bakhmut.

Em maio deste ano, O diretor da ONG ucraniana "Proteção dos Presos na Ucrânia", Oleg Tsvili, declarou à AFP que temia que os detentos ucranianos corressem o mesmo perigo.