DEPOIMENTO

Presidente do São Paulo nega ter conhecimento de manipulação de resultado de jogos: 'Nunca vi'

Cartola presta depoimento em CPI do Senado

Júlio Casares, presidente do São Paulo - Reprodução / ESPN

Em depoimento prestado na CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, no Senado Federal, o presidente do São Paulo Futebol Clube, Júlio Cesar Casares, disse que “nunca viu” e não tem conhecimento de qualquer proposta de manipulação de resultado de partidas de futebol.

O dirigente é o primeiro a ser ouvido na sessão desta quarta-feira (22), que ainda contará com depoimentos do presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, José Perdiz de Jesus, e do procurador-geral do mesmo colegiado, Ronaldo Botelho Piacente.

O primeiro a fazer perguntas ao presidente do São Paulo foi o senador Romário (PL), que atua como relator da CPI. Em sua primeira pergunta, o senador quis saber se o presidente ‘tinha ciência’ de alguma proposta de manipulação de resultados de jogos.

— Nunca vi, a não ser nos acontecimentos depois na mídia. Mas eu nunca vi no âmbito do São Paulo Futebol Clube — afirmou Casares.

O dirigente do São Paulo disse esperar que a CPI contribua para a regulamentação do segmento de apostas esportivas e afirmou que o clube Paulista está disposto a colaborar para que isso aconteça.

— Acreditamos que uma CPI respeitável como essa vai receber de nós a contribuição necessária. Acho que o futebol é o agente transformador. Temos que melhorar o produto do futebol cada vez mais. O São Paulo está aqui com muita satisfação — acrescentou Casares.

O Senado instalou no início de abril a Comissão Parlamentar de Inquérito com o objetivo de investigar denúncias de fraude envolvendo jogadores, dirigentes esportivos e empresas de apostas.

A criação da CPI veio depois de um levantamento divulgado pela SportRadar, empresa especializada em monitoramento de partidas e parceira da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que apontou suspeitas de fraudes em resultados de 109 partidas realizadas no Brasil em 2023.

O colegiado tem até 180 dias para concluir os trabalhos, com possibilidade de prorrogação por 90 dias. Ao fim desse período, é elaborado um relatório com as conclusões da CPI, que pode ser enviado ao Ministério Público ou à Advocacia-Geral da União, a fim de que promovam a responsabilidade civil e criminal dos infratores ou adotem outras medidas legais.