Ministro britânico acusa China de enviar ''ajuda letal'' à Rússia para guerra na Ucrânia
A aliança estratégica entre Pequim e Moscou se aprofundou desde a invasão à Ucrânia
O ministro da Defesa britânico, Grant Shapps, afirmou nesta quarta-feira (22) que a China envia "ajuda letal" à Rússia para ser usada na guerra com a Ucrânia.
"Posso revelar hoje que temos provas de que Rússia e China colaboram em equipamento de combate para uso na Ucrânia", disse o ministro, durante entrevista coletiva em Londres. "As inteligências militares americana e britânica podem revelar que ajuda letal está fluindo da China à Rússia, e dali para a Ucrânia."
Shapps alertou que a Otan precisa "acordar" e aumentar os gastos com defesa, e disse que os países democráticos têm que defender as liberdades que dependem da ordem internacional.
"É hora de o mundo acordar, o que significa traduzir este momento em capacidades e planos concretos. Isso começa com a criação das bases para um aumento em toda a aliança dos gastos na nossa dissuasão coletiva", defendeu Shapps.
A aliança estratégica entre Pequim e Moscou se aprofundou desde a invasão à Ucrânia, embora a China negue as acusações ocidentais de que ajuda Moscou em seu esforço bélico.
O gigante asiático representou um bote salva-vidas para a abalada economia russa, com um aumento do comércio bilateral, que atingiu um recorde de 240 bilhões de dólares (1,2 trilhão de reais) em 2023, segundo dados aduaneiros chineses.
O assessor de segurança nacional do presidente americano pareceu discordar de alguns dos comentários feitos por Shapps. Jake Sullivan disse que a possibilidade de a China "fornecer armas diretamente - assistência letal - à Rússia" já foi motivo de preocupação, mas não foi confirmada até o momento.
Os Estados Unidos, no entanto, estão preocupados "com o que a China faz para alimentar a máquina de guerra russa, não fornecendo armas diretamente, mas proporcionando insumos para a base industrial de defesa da Rússia", ressaltou Sullivan.