CÂMARA

Tapa em deputado foi para "revidar agressão'" diz Quaquá à PF

Parlamentar disse que foi alvo de xingamentos e pediu investigação

O deputado federal Washington Quaquá, no plenário da Câmara - Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

O deputado federal Washigton Quaquá (PT-RJ) confirmou, em depoimento à Polícia Federal (PF), ter um dado um tapa em seu colega da Câmara Messias Donato (Republicanos-ES), mas afirmou que estava retribuindo uma agressão anterior.

Quaquá passou a ser investigado em um inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal ( STF) após ter se envolvido em uma confusão durante a sessão de promulgação da reforma tributária no plenário da Câmara, em dezembro do ano passado. Na ocasião, parlamentares da base e da oposição discutiram em meio à presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Um vídeo registrou o momento no qual Quaquá usa um termo homofóbico para ofender Donato e o tapa que o deputado petista deu no rosto do seu colega no plenário da Câmara.

Em depoimento à PF na segunda-feira, Quaquá afirmou que Donato e o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) estariam xingando Lula e que ele começou a gravar a cena, dizendo que iria representar contra eles no Conselho de Ética. Nesse momento, segundo o parlamentar petista, Nikolas teria o xingado, e o Donato dado um tapa em sua mão.

"O deputado Nikolas começou a xingar o declarante e tentou o intimidar e foi nesse momento que o deputado Messias Donato desferiu um tapa na mão do declarante na intenção de impedir a filmagem; que o declarante devolveu os xingamentos e também devolveu a agressão, com um tapa no deputado Manoel Messias", diz a transcrição do depoimento de Quaquá.

Quaquá apresentou uma representação contra Nikolas e Donato pelos xingamentos e pela suposta agressão. Com isso, a PF solicitou ao ministro Cristiano Zanin, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), que os dois parlamentares também sejam incluídos no inquérito em andamento.

No dia seguinte da discussão, Donato discursou na Câmara e afirmou que sofreu com crises de choro e insônia.

"Passei a noite em claro, tive crises de choro, a minha família me viu sendo agredido, sou pai. Se nunca houve cassação por quebra de decoro, este caso deve servir como exemplo no Conselho de Ética. Senão, vamos abrir um precedente para que outros parlamentares ajam desta maneira. O plenário da Câmara não é octógono de MMA" declarou.