Embaixadora de Israel condena declarações do número três do governo espanhol
Seus críticos, especialmente o governo israelense, interpretaram o slogan como um chamado à eliminação de Israel
A embaixadora israelense na Espanha condenou nesta quinta-feira (23) as declarações do número três do Governo espanhol, que disse desejar a libertação da Palestina “do rio ao mar”, e as classificou como um “chamado claro à eliminação de Israel”.
Yolanda Díaz, líder do partido de extrema esquerda Sumar e ministra do Trabalho, pronunciou estas palavras em um vídeo publicado na quarta-feira na rede social X, parabenizando o anúncio do presidente do Governo, Pedro Sánchez, de que a Espanha considerará a Palestina como Estado.
“Hoje comemoramos que a Espanha confirmou o Estado palestino (....) Não podemos parar. A Palestina ficará livre do rio ao mar”, disse Díaz, denunciando um “genocídio” que ocorre contra os palestinos.
Entoado em manifestações de apoio aos palestinos, este slogan faz referência às fronteiras da Palestina sob o mandato britânico, que se estendiam desde o rio Jordão até o Mar Mediterrâneo, antes da criação do Estado de Israel em 1948.
Seus críticos, especialmente o governo israelense, interpretaram o slogan como um chamado à eliminação de Israel.
Em uma postagem no X, a embaixadora israelense na Espanha, Rodica Radian-Gordon, expressou sua "total repulsa às declarações de Yolanda Díaz", a quem acusou de "utilizar o lema do Hamas", movimento islâmico específico cujo ataque sem precedentes em 7 de outubro ao sul de Israel detonou uma guerra na Faixa de Gaza.
“Esta expressão é um chamado claro à eliminação de Israel”, disse Radian-Gordon, garantindo que “as declarações antissemitas não podem ter lugar em uma sociedade democrática”.
“É absolutamente intolerável que tenham sido pronunciados por um vice-presidente do Governo”, afirmou o diplomata.
Na quarta-feira, Sánchez anunciou a decisão da Espanha de considerar o Estado da Palestina em 28 de maio, de forma cooperativa com Irlanda e Noruega. Em resposta, Israel chamou de volta os seus embaixadores nestes três países para consultas.
As posições impostas pelo governo de esquerda espanhola, particularmente as dos ministros de Sumar – que governam em coligação com o Partido Socialista de Sánchez – têm causas fortes contra Israel desde o início da guerra na Faixa de Gaza.
A embaixadora israelense já foi chamada para consultas pelo seu governo em novembro, devido aos comentários de Sánchez, que emergiu como uma das vozes mais críticas dentro da União Europeia contra a intervenção de Israel em Gaza.