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FMI diz que dívida pública da França pode alcançar nível maior que o projetado pelo governo

A equipe do Fundo Monetário projeta que o déficit fiscal francês continuará elevado em 5,3% do PIB em 2024

Fundo Monetário Internacional (FMI) - Stefani Reynolds/AFP

A dívida pública da França pode alcançar um nível maior que o projetado pelo governo, com impactos significativos sobre o crescimento do país no curto e médio prazo, alerta o Fundo Monetário Internacional (FMI). A avaliação está em comunicado para concluir uma missão do Fundo ao país, no contexto do Artigo IV das regras de funcionamento do organismo internacional.

A equipe do FMI projeta que o déficit fiscal francês continuará elevado em 5,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024, com redução modesta para 4,5% em 2027. Ambos mais elevados do que a meta de 2,9%, estabelecida pelo governo da França.

A instituição aponta que as principais reformas de gastos e medidas de revisão para ajustar o déficit fiscal ainda não foram implantadas, o que mantém pressão sobre a dívida pública após a performance fraca fiscal e de crescimento em 2023. "Na ausência de novas medidas, a dívida deve crescer para 112% do PIB em 2024 e aumentar 1,5 ponto porcentual por ano no médio prazo", afirma
 

Para o FMI, o nível "relativamente alto da dívida" pode ser uma fonte de riscos fiscais ao ampliar a exposição a aumentos inesperados em custos de financiamento ou redução do crescimento, em um ciclo que intensificaria pressões fiscais no longo prazo. Resolver este problema exigirá medidas de consolidação de médio prazo, começando em 2024, para firmar uma trajetória de queda da dívida, segundo o comunicado.

A equipe do FMI projeta que a recuperação econômica da França deve ganhar força em 2025. O PIB francês deve avançar de 0,8% em 2024 para 1,3% em 2025, conforme o processo desinflacionário continue dentro da trajetória, condições financeiras relaxem e investimentos acelerem. No médio prazo, o crescimento potencial é estimado em 1,3%.

Já a inflação deve cair de 2,3% em 2024 para 1,8%, em meio a efeitos favoráveis da normalização de cadeias de oferta, embora em ritmo lento graças ao recente avanço salarial robusto.