ARGENTINA

Milei diz que Pedro Sánchez é "motivo de chacota da Europa" em assuntos diplomáticos

Em entrevista a um canal de TV, o presidente argentino ainda chamou o primeiro-ministro espanhol de "um incompetente, um mentiroso, um covarde"

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez; e o presidente argentino, Javier Milei - AFP

O presidente argentino, Javier Milei, afirmou que o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, é “motivo de chacota da Europa”, numa nova série de ataques na grave crise diplomática bilateral, desencadeada após o argentino chamar a mulher de Sánchez de “corrupta”.

“Hoje, ele (Sánchez) é motivo de chacota da Europa em questões diplomáticas”, lançou.

No domingo, durante uma reunião, em Madri, de líderes de extrema-direita organizada pelo partido espanhol Vox, Milei referiu-se à esposa de Sánchez, Begoña Gómez, como uma “mulher corrupta”, sem a identificar diretamente.

A Justiça espanhola abriu uma investigação preliminar contra Gómez no fim de abril, por suspeitas de tráfico de influência e corrupção, mas o Ministério Público solicitou o encerramento do caso pouco depois.

As declarações de Milei levaram a Espanha a exigir um pedido de desculpas e a chamar de volta sua embaixadora em Buenos Aires. A número três do Governo Sánchez, Yolanda Díaz, acusou o presidente argentino de semear "ódio" e o ministro dos Transportes, Oscar Puente, sugeriu que ele consumia drogas em seus discursos.

 

“Ele mandou os ministros dele me atacarem, nem teve coragem de fazer isso. Depois, com o revés que recebeu o ministro dos Transportes, ele covardemente mandou mulheres me atacarem, para tentar enquadrar isso em uma questão de misoginia", Milei continuou atacando, na entrevista à TV.

O presidente argentino definiu mais uma vez Sánchez como “um incompetente, um mentiroso, um covarde”.

A dura troca de acusações em Madri e Buenos Aires tornou-se a pior crise diplomática do governo do líder argentino de extrema-direita, que já teve confrontos com os líderes da Colômbia, Venezuela e México.

Nos seus quase seis meses no cargo, Milei difamou quase todos os líderes de esquerda da região.