POLIOMELITE

Pernambuco inicia vacinação contra a Poliomielite e deve imunizar mais de 600 mil crianças

No estado, a ação, que faz parte da Campanha Nacional de Vacinação contra Poliomielite, e segue até 14 de junho, vai vacinar crianças de 0 a 5 anos

Vacina contra a Poliomelite - Divulgação/SES

A partir da próxima segunda-feira (27), mais de 600 mil crianças residentes em Pernambuco, e menores de 5 anos, poderão ser imunizadas contra a poliomielite. No estado, a ação, que faz parte da Campanha Nacional de Vacinação contra Poliomielite, e segue até 14 de junho, vai vacinar crianças de 0 a 5 anos. 

A imunização visa a proteção das crianças contra a doença, que é grave, caracterizada por um quadro de paralisia, que acomete os membros inferiores de forma irreversível. O Dia D de mobilização será em 8 de junho.

Para realização da mobilização nacional, o estado recebeu do Ministério da Saúde (MS) 480 mil doses da vacina nesta quinta-feira (23). A distribuição para as Gerências Regionais de Saúde (Geres) foi iniciada nesta madrugada (24).

A poliomielite está erradicada do Brasil há 35 anos. Para garantir que o cenário continue o mesmo, é preciso manter a cobertura vacinal no nível de segurança. No País, o Ministério da Saúde estabelece que a cobertura deve ser acima de 95%.

"Vamos fazer de tudo para irmos além desses números em 2024, por isso, é importante manter a vigilância e continuar vacinando. Temos o compromisso de levar nossas crianças aos postos mais próximos das suas residências", afirma a secretária de Saúde de Pernambuco, Zilda Cavalcanti.

Campanha
Para Campanha Nacional, o recorte prioritário definido para o Ministério da Saúde é a imunização da população formada por crianças com idades entre 1 e menor que 5 anos, que consiste em uma estimativa populacional de 488.221 pessoas.

Para este público, a vacina deve ser aplicada de forma indiscriminada por via oral (gotinha), desde que a criança já tenha recebido as três doses de vacina poliomielite (injetável) do esquema básico.

As crianças menores de 1 ano de idade também serão contempladas. Para estas, o foco deve ser a atualização da caderneta de vacinação. Mães, pais e responsáveis devem buscar a unidade de saúde mais próxima, munidos do cartão de vacina para verificação da situação vacinal e receber a dose do imunobiológico conforme indicado.

Risco de reintrodução
O plano de vacinação também tem como objetivo a eliminação do risco de reintrodução do poliovírus no Brasil, uma vez que o último caso da doença foi em 1989 (Souza-PB) e o país, junto aos demais países das Américas, possui o certificado de erradicação da transmissão autóctone (circulação dentro do território).

No entanto, diante da evolução do cenário de baixas coberturas vacinais, em 2023 o Brasil foi classificado como de alto risco para reintrodução do vírus pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).

Pernambuco está entre os estados com risco de reintrodução da doença, visto que a cobertura vacinal ainda está abaixo da meta de imunizar 95% da população-alvo. Em 2023, a cobertura para poliomielite em crianças menores de 1 ano foi de 82,68%, representando uma leve elevação quando considerado os últimos três anos: 2020 (72,78%), 2021 (69,01%) e 2022 (76,25).

“As baixas coberturas vacinais, observadas desde 2016 em todo o país, podem possibilitar o surgimento de bolsões de pessoas não imunizadas e dar o cenário perfeito para que o poliovírus seja reintroduzido em nosso território”, reforça a superintendente de Imunizações do estado, Jeane Tavares Torres.

O Programa Estadual de Imunizações (PEI-PE) tem fortalecido com os municípios a adoção da metodologia do microplanejamento que consiste, entre diversos pontos, no reconhecimento da realidade local, como a área de abrangência de uma equipe da Estratégia Saúde da Família (ESF) e Unidade Básica de Saúde (UBS), fortalecendo a descentralização e a territorialização das ações.

De acordo com a coordenadora estadual de imunização de Pernambuco, Magda Costa, o Governo do Estado está em contato permanente com as gestões municipais, reforçando e estimulando a realização de ações de saúde voltadas para a vacinação extramuros, a exemplo de creches, escolas, etc.

"Fazemos ações com equipes itinerantes, realização de busca ativa vacinal (casa a casa), locais com grande circulação de pessoas, horário ampliado de Unidades de Saúde ou Pontos de Vacinação, mapeamento de populações localizadas em áreas de difícil acesso, entre outros", explicou a coordenadora.

Pólio no mundo 
Quando considerado o cenário de circulação da poliomielite no mundo, observa-se a confirmação de casos da doença no Afeganistão e no Paquistão em 2024. Na região das Américas, o último caso foi registrado no Peru, em 1991.